Economia

Fome se alastra no segundo ano de pandemia e afeta 33 milhões de brasileiros

08 jun 2022, 17:12 - atualizado em 08 jun 2022, 17:12
Alimentos
O primeiro inquérito, realizado no final de 2020, constatou que 19,1 milhões de brasileiros então conviviam com a fome (Imagem: Shutterstock/suriyachan)

O número de brasileiros que convivem com a fome aumentou mais de 70% em um ano e chegou a 33 milhões no final de 2021 e início de 2022, mostrou pesquisa divulgada nesta terça-feira.

No total, 125 milhões de pessoas no país padecem de algum grau de insegurança alimentar, quando há ao menos a preocupação com a possível incapacidade de obter alimentos ou com a qualidade da comida no futuro próximo.

Os dados são do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II Vigisan), realizado pela rede de pesquisadores Penssan, em parceria com entidades como Ação da Cidadania e Oxfam, com dados coletados entre novembro de 2021 e abril deste ano.

O primeiro inquérito, realizado no final de 2020, constatou que 19,1 milhões de brasileiros então conviviam com a fome, em 9% dos domicílios.

Segundo a nova pesquisa, o problema agora afeta 15,5% dos domicílios.

Recortes geográficos e por população mostram que a questão da fome é mais grave nas regiões Norte e Nordeste (25,7% e 21%, respectivamente), em áreas rurais (18,6%), entre pessoas negras (18,1%) e em famílias que têm três ou mais moradores de até 18 anos (31,6%).

“A progressiva crise econômica, a pandemia e o desmonte das políticas públicas que poderiam minimizar o impacto das duas primeiras explicam o recrudescimento da insegurança alimentar e da fome entre o final de 2020 e o início de 2022”, afirma o texto da pesquisa.

O documento ressalta que o programa Auxílio Brasil não foi suficiente para lidar com a questão da fome, uma vez que 21,5% das famílias que receberam o benefício social disseram enfrentar o problema.

“A piora da insegurança alimentar é a repercussão das desigualdades sociais que resultam de processos econômicos e políticos, com destruição de instituições e políticas públicas, desde 2016.”

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