Coluna da Devant

Fundo de crédito privado: conheça os benefícios e riscos de investir

18 maio 2023, 10:00 - atualizado em 17 maio 2023, 13:21
crédito rural
Empresas privadas têm o mercado de capitais como um dos principais meios de se financiar, um deles é através do crédito; entenda

Por David Camacho*

As empresas privadas têm o mercado de capitais como um dos principais meios de se financiar. Os recursos captados podem ter vários destinos.

Entre os exemplos, estão os investimentos em infraestrutura, capital de giro, refinanciamento de dívidas etc. A remuneração desses investimentos está relacionada à qualidade do crédito da empresa. Para avaliar esse quesito, leva-se em conta a capacidade de originação de receitas, o histórico de bom pagador, as garantias oferecidas, o cenário macroeconômico e as expectativas.

Dentro do universo do crédito privado existem diferentes tipos de produtos financeiros. Os mais comuns são as Debêntures, Letras Financeiras, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

Por vezes, devido ao perfil e características da emissão, o investimento direto nesses ativos é inacessível ao investidor pessoa física. Porém, se os fundos de crédito privado não existissem, a carteira de investimentos do investidor poderia ter menos opções. Com isso, seria mais arriscada sob o ponto de vista da diversificação.

Como investir?

Os fundos de investimentos facilitam em diversos aspectos e promovem acesso a todos os perfis de investidores. No entanto, é preciso antes saber qual é o perfil do investidor. Afinal, ter essa informação é importante no momento de escolher em qual produto investir.

Por meio dos fundos, os cotistas conseguem ampliar suas fontes para investimento e contam com mais diversificação, além da gestão profissional. Ao mesmo tempo, diferentemente de outros perfis de fundos, como os de ações, os de crédito têm um risco um pouco mais balanceado. Por isso, também têm uma remuneração limitada.

Existem diversos perfis de fundos de crédito privado, tanto no universo da renda fixa como no da renda variável. Nesse último caso, o investidor também conta com a isenção do imposto de renda sobre os rendimentos.

Assim, diferentes alternativas não faltam. Certamente, uma delas irá se encaixar no portfólio de qualquer investidor, ainda que em uma parcela reduzida.

Crédito privado e os riscos

Depois de entender os principais benefícios dos fundos de crédito privado, quais são os riscos? Abaixo, estão os três principais:

1) O primeiro risco é o mais básico. É aquele que todos os investidores deveriam conhecer ao investir, que é o risco de crédito. Isso porque as empresas podem ter seus resultados prejudicados por vários fatores. Entre eles, a alta da taxa de juros e o fato de, com isso, não honrarem o pagamento das dívidas – o famoso calote. Em casos assim, muitas vezes existem garantias que podem assegurar o pagamento da dívida. Porém, no curto prazo, o investidor poder sentir a ausência deste pagamento no bolso;

2) Já o risco de liquidez pode se apresentar de duas formas.  A primeira é a possibilidade de perda resultante da incapacidade de se realizar uma transação em tempo razoável, sem que haja prejuízo significativo de valor. Por exemplo: se o investidor optar por vender as cotas de fundos listados em bolsa imediatamente, devido à falta de liquidez, terá de vender muito abaixo do valor negociado e, provavelmente, perderá dinheiro (e muito, em alguns casos). A segunda possibilidade é falta de recursos para honrar os compromissos assumidos em função do descasamento entre os ativos e passivos. Em situações assim, os fundos abertos precisarão ser fechados temporariamente para resgates;

3) Os riscos de mercado, por fim, são as oscilações que um investimento pode sofrer ao longo do tempo. A volatilidade de preços provocada por eventos macroeconômicos, que podem causar variações nas curvas de juros, por exemplo, pode beneficiar ou prejudicar a rentabilidade do investidor em determinados momentos. Outros exemplos de eventos que podem potencializar o risco de mercado são recessões econômicas, incertezas políticas, incertezas regulatórias, entre outros.

Conclusão

Assim, antes de investir em qualquer fundo de crédito, seja focado em ativos com excelente qualidade de crédito ou não, o investidor precisa ter conhecimento desses pontos. Até porque é com base nisso que poderá se verificar se a remuneração daquele investimento está de acordo com o que se espera ao assumir tais riscos.

Afinal, os investimentos abrem portas excelentes para a independência financeira e podem remunerar o capital do investidor de forma bastante significativa. Mas é sempre importante olhar para os dois lados da moeda.

David Camacho é sócio-fundador e gestor da Devant Asset.

David Camacho é sócio-fundador e gestor na Devant Asset. No mercado financeiro há mais de dez anos, adquiriu experiência em funding estruturado e em emissões de produtos offshore (bonds, securitizações, empréstimos sindicalizados) na tesouraria do Santander. Em seguida, atuou nas áreas de operações, análise de investimentos, asset allocation e gestão de fundos exclusivos para clientes UHNW e Institucionais com cerca de R$ 9 bilhões na Vinci Partners. No Grupo RTSC, foi portfolio manager de crédito privado e renda fixa, sendo gestor dos fundos Devant desde o início, em 2016. Formado em administração de empresas pelo Insper, possui a certificação CGA.
David Camacho é sócio-fundador e gestor na Devant Asset. No mercado financeiro há mais de dez anos, adquiriu experiência em funding estruturado e em emissões de produtos offshore (bonds, securitizações, empréstimos sindicalizados) na tesouraria do Santander. Em seguida, atuou nas áreas de operações, análise de investimentos, asset allocation e gestão de fundos exclusivos para clientes UHNW e Institucionais com cerca de R$ 9 bilhões na Vinci Partners. No Grupo RTSC, foi portfolio manager de crédito privado e renda fixa, sendo gestor dos fundos Devant desde o início, em 2016. Formado em administração de empresas pelo Insper, possui a certificação CGA.
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