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Fundo imobiliário alvo de ‘censura pública’ tomba e puxa queda do Ifix

26 jul 2023, 19:26 - atualizado em 26 jul 2023, 20:10
Fundos imobiliários
Índice de fundos imobiliários fechou em queda e segue distante dos 3.200 pontos em dia de elevação de juros nos EUA (Imagem: Diana Grytsku/Freepik)

O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 exibiu volatilidade nas primeiras horas do pregão desta quarta-feira (26), mas acelerou as perdas ao longo da tarde e fechou em queda.

Com isso, o Ifix recuou 0,25% (após ajustes), aos 3.175 pontos, voltando a ficar mais distante da marca dos 3.200 pontos. Contudo, o volume de negócios foi alto, passando dos R$ 255 milhões, ficando acima do registrado na véspera.



O destaque do dia foi a elevação de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Após uma pausa no ciclo de alta de juros na última reunião, em junho, o Fed voltou a subir o juro em 0,25 ponto percentual (p.p.) para o intervalo entre 5,25% e 5,50%.

Entre os fundos imobiliários listados no Ifix, o CSHG Real Estate (HGRE11) liderou os ganhos, de 1,57%, após duas quedas seguidas.

Em contrapartida, o Devant Recebíveis (DEVA11) tombou 4,12% após comunicado sobre “censura pública”. Além disso, o fundo divulgou seu relatório gerencial de junho.

Fundos imobiliários são alvo de ‘censura’ da B3

Mais cedo, a B3 publicou comunicado dizendo que vinha a “público censurar a Vortx Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”, administradora do FII.

Segundo o documento, a “censura” está relacionada a não entrega ou a entrega com atraso das demonstrações financeiras do DEVA11, Hectare CE (HCTR11), Serra Verde (SRVD11), Tordesilhas EI (TORD11) e TG Ativo Real (TGAR11).

comunicado B3 FIIs

A B3 informou que esses fundos deveriam entregar as respectivas demonstrações financeiras, referente a 2022, até 31 de março deste ano. No entanto, verificou-se o descumprimento do prazo pelos FIIs de forma que, iniciado o processo de enforcement (execução), abriu-se prazo para esclarecimentos.

Desta forma, a Vortx apresentou os documentos desses fundos imobiliários em 24 de maio. Porém, seguindo o rito do processo de enforcement, a diretoria de emissores da Bolsa brasileira decidiu, com o histórico de infrações e a reincidência da infração por alguns desses fundos, pela aplicação da presente censura pública.

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A B3 disse que, como o DEVA11, HCTR11, SRVD11 e TORD11 permanecem em atraso na entrega de suas respectivas demonstrações financeiras, poderá “aplicar sanções adicionais, inclusive mais gravosas, no âmbito de sua competência sancionadora como, por exemplo, o cancelamento de ofício da listagem do fundo.

A resposta dos FIIs

Por sua vez, a administradora dos fundos imobiliários envolvidos na “censura” respondeu à B3 na noite desta quarta-feira.

Sobre os FIIs Devant Recebíveis e Hectare CE, a Vortx diz em comunicado que, devido a discussões com os auditores relacionadas as condições de recuperabilidade de alguns certificados de recebíveis imobiliários, que apresentaram inadimplência em período subsequente ao encerramento do exercício social do fundo, ainda não houve a emissão das  demonstrações financeiras de 2022.

Sendo assim, segundo a administradora do DEVA11 e do HCTR11, ainda não foram realizados ajustes no preço dos ativos ao fim do exercício do ano passado, uma vez que o declínio do valor justo aconteceu em momento posterior a data base.

Isso, reforça a Vortx, foi fruto de circunstâncias que resultaram no aumento do risco de crédito dos devedores conforme informado tempestivamente em fatos relevantes e também pela gestora dos fundos imobiliários por meio de relatórios gerenciais.

A Vortx salientou que segue fazendo esforços para que as demonstrações financeiras sejam emitidas no menor prazo possível e que eventuais multas e/ou sanções financeiras previstas em regulamentação devido ao atraso na emissão e envio dos documentos não serão arcadas pelo DEVA11.

Em relação ao TORD11 e ao fundo SRVD11, a administradora diz que trabalha para publicar das demonstrações financeiras até 8 de agosto. No entanto, a Vortx esclarece que os documentos do TGAR11 foram publicados em 2 de junho deste ano.

 

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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