Fundos imobiliários: Americanas (AMER3) protesta contra despejo de imóvel

A Americanas (AMER3) se pronunciou sobre a ação de despejo movida pela Aratulog, empresa galpões logísticos que o fundo imobiliário VBI Logístico (LVBI11) detém 70% do capital.

Conforme comunicado publicado pelo fundo imobiliário na sexta-feira (24) à noite, a varejista estava em atraso com o pagamento parcial do aluguel de janeiro e que venceu no começo deste mês.

Segundo o fundo, a ação de despejo foi ajuizada com declaratória de rescisão contratual.

Americanas diz que não houve calote

Ao Money Times, a Americanas disse que “segue avançando no desenho de um acordo com os seus credores e reitera que os pagamentos devidos seguem em regime de normalidade para eventos posteriores ao início da recuperação judicial“, declarada em meados de janeiro.

Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Americanas ainda declarou que concluiu o “novo fluxo de pagamento complementar, considerando a data de recuperação judicial para 12 de janeiro, conforme orientação legal”.

A varejista reforçou que “os valores vencidos e não pagos até a data do pedido da recuperação judicial constituem dívidas que seguirão as exigências do processo, que impede a companhia de efetuar pagamentos cujo evento de origem seja anterior ao início do pedido realizado”.

A Americanas reforçou que, conforme já reconhecido pela justiça, a companhia está impossibilitada de ser despejada de imóveis por “cobranças de débitos anteriores à recuperação judicial”.

Leia também

Carteira Recomendada

Vivo (VIVT3), JBS (JBSS3) e mais 3 ações para começar maio buscando lucros no curto prazo, segundo Terra

Brasil

Alô? Anatel vai dar um fim nas chamadas massivas de telemarketing

Com isso, o processo movido pela Aratulog, que corre na 4ª Vara Cível e Comercial de Salvador, foi revogado. Ainda assim, a varejista pagou o aluguel proporcional complementar de janeiro. O novo montante pago é equivalente a R$ 0,01 por cota do VBI Logístico.

Inadimplência com fundos imobiliários

Em 13 de fevereiro, o fundo imobiliário LVBI11 comunicou ao mercado que a Americanas estava inadimplente com o pagamento parcial do aluguel de janeiro.

O ativo Aratu é um condomínio de galpões logísticos localizado na Bahia e a varejista tem impactos de pelo menos de 7% nas receitas do VBI Logístico.

Já o XP Log (XPLG11) anunciou no dia seguinte que a Americanas tinha um débito de R$ 807.351,69 referente ao aluguel de um condomínio logístico em Seropédica, no Rio de Janeiro.

Segundo o fundo, a varejista pagou R$ 509.906,33 correspondente a 12 dias de aluguel de janeiro, com vencimento em fevereiro.

O impacto da Americanas nas receitas do fundo é de cerca de 6,5%. Entretanto, até a data de hoje, não houve mais manifestações do fundo imobiliário sobre essa dívida.

Em 15 de fevereiro, foi a vez do fundo imobiliário Max Retail (MAXR11) comunicar aos cotistas a inadimplência da Americanas com o aluguel de janeiro.

O MAXR11 é o mais exposto à varejista, responsável por 61,66% da receita mensal do fundo imobiliário. O valor integral do aluguel representa cerca de R$ 0,53 por cota.

Com isso, a inadimplência está em torno de 47,57% do aluguel mensal da locatária, segundo comunicado do fundo.