Fundos imobiliários: Maior sequência de ganhos em 3 anos e 3 mil pontos à vista; O que esperar no curto prazo?

O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 abre os negócios nesta quarta-feira (17) como encerrou os 14 pregões anteriores, em alta. Com isso, o Ifix pode chegar hoje à maior sequência de ganhos em três anos.

O ambiente positivo prevalece na indústria de FIIs e o índice pode engatar hoje 15 dias consecutivos de valorização. A última vez que o Ifix empilhou tantas vitórias seguidas foi em maio de 2020, quando subiu por 17 pregões em meio ao cenário turbulento do mercado financeiro com a pandemia de covid-19.

Por volta das 11h55 (de Brasília), o índice subia 0,25%, aos 2.986 pontos, ainda no maior nível desde o início de novembro do ano passado.

O que esperar no curto prazo?

O otimismo toma conta do Ifix. Entretanto, pode durar até quando? O analista de real estate da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, avalia que o bom humor do índice acompanha a perspectiva de redução de risco fiscal no Brasil, em função do processo de aprovação do novo arcabouço fiscal.

“A curva de juros arrefeceu bem nas últimas semanas e os fundos imobiliários, inversamente correlacionados, se valorizam nesse cenário”, comenta. Além disso, esse movimento da curva de juros futuros acompanha a expectativa de queda da taxa Selic, no segundo semestre. Hoje, a taxa está em 13,75% ao ano.

O analista destaca que, no geral, boa parte dos FIIs apresentam descontos, especialmente, os fundos de tijolo. Sendo assim, Araujo acredita que um cenário de queda de juros daria sequência a essa valorização do Ifix.

Ifix coloca o pé no acelerador e inflação no freio: Qual segmento tem se dado bem?

“Contudo, como esperamos, a queda da Selic deve ocorrer em ritmo bem gradual. Então, não vejo um contexto tão claro de alta substancial do Ifix no curtíssimo prazo”, pondera.

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Fundos imobiliários de destaque

Entre os fundos imobiliários listados no índice, os fundos de papel, mais uma vez, são destaques do dia. Pelo lado das altas, o Versalhes Recebíveis (VSLH11) subia 2% no horário acima, após disparar 12,40% na véspera.

Em contrapartida, o Devant Recebíveis (DEVA11) liderava as quedas do dia, de 3,6%. Porém, o FII passa por correção após engatar nove pregões seguidos de ganhos.

O analista da Empiricus acrescenta que a valorização recente do índice de fundos imobiliários tem influência do segmento “high yield”, como o VSLH11, DEVA11, além do Hectare CE (HCTR11). Depois de liderarem tombos em abril, esses fundos acumulam as maiores altas de maio, entre 25% e 38%.

“Alguns investidores começaram a olhar esses fundos com atratividade. Pela característica dos ativos, notamos um aumento de volatilidade considerável nas últimas semanas”, diz o analista, observando que a Empiricus ainda não aposta nesses papéis.