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Fusões e aquisições devem impulsionar emissões de títulos da América Latina

26 out 2020, 12:41 - atualizado em 26 out 2020, 12:41
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O Brasil será foco, dado o tamanho e a diversidade da economia, o que o torna uma “boa plataforma” para multinacionais, disse Miguens (Imagem: Agência Brasil/Marcello Casal Jr)

Uma nova onda de fusões e aquisições pode impulsionar emissões em moeda estrangeira por empresas latino-americanas no próximo ano, segundo Lisandro Miguens, responsável por mercados de capitais de dívida para a região no JPMorgan Chase.

“Começamos a ver mais diálogo estratégico, portanto, esperamos que haja aumento do financiamento de fusões e aquisições em 2021”, disse Miguens em entrevista em 19 de outubro.

Miguens, que trabalha em Nova York, espera consolidação nos setores de tecnologia, fintech, infraestrutura e petróleo e gás. A mudança no setor causada pela pandemia – como a transformação para modelos de negócios virtuais – é vista como fator de impulso, liderado por empresas que saem mais fortes da crise.

O Brasil será foco, dado o tamanho e a diversidade da economia, o que o torna uma “boa plataforma” para multinacionais, disse Miguens.

Os governos, maiores emissores da região, devem vender mais dívida para alongar os vencimentos dos títulos. O financiamento de projetos também pode aumentar o volume de emissões, devido ao apetite dos investidores por grandes iniciativas estratégicas, disse Miguens.

Empresas e governos latino-americanos emitiram cerca de US$ 150 bilhões neste ano em relação a US$ 182 bilhões no período correspondente de 2019, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

O JPMorgan trabalhou em emissões que representam cerca de 13% do volume total, o que o torna o principal subscritor da região, segundo ranking da Bloomberg. O banco usou seu balanço para ajudar a alcançar esse domínio, de acordo com Miguens.

O JPMorgan também prevê aumento do financiamento de projetos ambientais, sociais e de governança, já que emissores latino-americanos estão “acordando para a tendência ESG”, disse Miguens em referência aos critérios conhecidos por sua sigla em inglês.

As vendas desse tipo de dívida atingiram volume recorde entre países em desenvolvimento neste ano.

“O ESG tem se tornado parte da agenda de países, políticos, empresas e todos estão adotando o conceito”, disse Miguens.

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