Combustíveis

Gasolina vai ficar mais cara? Veja como é a política de preços da Petrobras (PETR4)

07 mar 2022, 15:53 - atualizado em 07 mar 2022, 15:54
Petrobras acompanha preços internacionais e gasolina sobe
Petrobras acompanha preços internacionais (Imagem: Arquivo/Agência Brasil)

O petróleo brent operava em alta de 3,94% às 14h39 desta segunda-feira (7), levantando novamente a preocupação sobre um possível aumento de preços da gasolina e do diesel no Brasil.

Isso porque a precificação do combustível está diretamente ligada aos valores dos barris de petróleo. Mas, dessa vez, para Michael Viriato, professor de finanças do Insper e sócio da Casa do Investidor, a gasolina não deve ficar mais cara por enquanto.

Segundo Viriato, isso acontece por conta de três fatores. O primeiro deles é a alta do petróleo, enquanto o segundo é a queda do dólar que, com a guerra na Ucrânia, tem se desvalorizado nos últimos dias.

“O petróleo subiu, mas o dólar caiu, o que parcialmente equilibra os preços”, explica.

Já o terceiro é a precificação do petróleo no Brasil. Viriato aponta que a alta do combustível não é fixa, o que não dá à Petrobras (PETR3; PETR4) a força necessária para que os preços aumentem para o consumidor.

“A Petrobras vai sempre tentar minimizar as flutuações, ou seja, sempre vai repassar a alta quando ela realmente tiver mais certeza dela. E essa alta do preço do petróleo não é fixa. Ele pode cair até 20% na semana que vem se a guerra acabar”, explica.

Para ele, “a Petrobras não deve corrigir esse aumento agora para depois corrigi-lo novamente daqui duas semanas”.

“A tendência é a Petrobras esperar que essa alta seja mais persistente”, diz.

Mas como funciona a precificação da gasolina pela Petrobras?

Petrobras é apenas o primeiro elo da cadeia de preços dos combustíveis
Precificação do combustível do Brasil passa por uma série de passos (Imagem: REUTERS/Diego Vara)

O preço da gasolina e do diesel, até chegar no consumidor, passa por uma série de passos.

Desde 2016, com a presidência de Michel Temer (MDB), a Petrobras faz seus cálculos levando em conta a precificação dos combustíveis no mercado internacional. Isso se chama Preço de Paridade de Importação (PPI).

Na prática, quer dizer que o petróleo nas refinarias tem seu preço definido com base nas cotações internacionais, mais os custos da internação do produto, como taxas portuárias e transporte, e margens de remuneração de riscos.

Segundo a União Nacional da Bionergia (Udop), “o PPI maximiza a rentabilidade da empresa na venda de combustíveis no Brasil, ao mesmo tempo em que permite um mercado competitivo”.

A Udop ainda explica que “num momento de alta do barril do petróleo e da desvalorização do Real perante o dólar, fica, portanto, mais caro comprar os combustíveis no Brasil”.

Saindo da Petrobras, o combustível passa por uma adição de tributos federais, como a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), partilhada com estados e municípios; o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Depois disso, quando chegam nas distribuidoras, a gasolina, o etanol e o diesel podem sofrer o acréscimo do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), definido por cada estado no Brasil.

Em São Paulo, por exemplo, alíquota do ICMS pode ser de até 25% para a gasolina, e de 12%+1,3% para óleo diesel.

A alta, então, é repassada para os postos de gasolina, causando uma reação direta no bolso dos brasileiros, de forma proporcional.

Em 2021, com a desvalorização do real em relação ao dólar,  a gasolina e o diesel ficaram quase 45% mais caros, enquanto o etanol subiu 60%, segundo a Ticket Log.

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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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