Comprar ou vender?

Gestora do UBS vive “rehab” e troca investimentos de “vício” por ESG

07 maio 2021, 15:50 - atualizado em 07 maio 2021, 15:51
Cigarro
“Quando olho para minha estratégia de títulos corporativos, uma tendência na qual estou definitivamente apostando é essa grande rotação”, explica a gestora (Imagem: Pixabay)

Martine Wehlen-Bodé decidiu trocar o vício por virtude em seu portfólio de títulos na UBS Asset Management.

A gestora tem vendido títulos corporativos em setores como tabaco, álcool e petróleo e comprado notas de empresas com pontuação mais alta em fatores ambientais, sociais e de governança, ou ESG na sigla em inglês. Essa dívida geralmente vem com o chamado “greenium” (trocadilho em inglês das palavras green e premium). Ainda assim, acredita que uma onda de demanda, falta de ativos adequados e regulamentação governamental devem elevar ainda mais os preços.

“Quando olho para minha estratégia de títulos corporativos, uma tendência na qual estou definitivamente apostando é essa grande rotação”, disse Wehlen-Bodé, que supervisiona crédito em euros da firma de investimento suíça com US$ 1,1 trilhão em ativos. “Neste caso, a tendência é sua amiga: muitos investidores acreditam que esse brownium (prêmio para os chamados títulos marrons) para os nomes de qualidade inferior aumentará, enquanto o greenium continuará crescendo também”, disse em entrevista.

ESG
Os títulos éticos agora respondem por quase 25% de todas as emissões no mercado aberto na Europa (Imagem: Unsplash/@eelco_bohtlingk)

Fundos com foco em ESG têm recebido um alto volume de entradas, e empresas recorrem cada vez mais à dívida verde para financiar projetos de corte de emissões, reduzir custos de empréstimos e melhorar sua imagem. De fato, os títulos éticos agora respondem por quase 25% de todas as emissões no mercado aberto na Europa neste ano, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Com sede em Zurique, o fundo de Wehlen-Bodé focado em sustentabilidade havia subido 11% em março em relação ao ano anterior, com as principais posições incluindo o BNP Paribas, o Banco Europeu de Investimento e a Enel Finance International. Ela foca em setores com menor pegada de carbono e maiores receitas verdes, como energia hídrica e solar, enquanto trens e o mercado imobiliário também são apostas.

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