Grupo Mateus passa por “teste da crise” e comprova que é resiliente; ação está barata, destaca BTG

O Grupo Mateus (GMAT3) está conseguindo entregar uma boa performance, apesar de todas as complicações que a redução do auxílio emergencial poderia trazer, disse o BTG Pactual (BPAC11).

“Embora a redução do auxílio de emergência e a desaceleração da inflação dos alimentos para algumas categorias tenham pressionado os resultados nos últimos meses, o Grupo Mateus conseguiu apresentar um desempenho resiliente até ao momento este ano”, afirmaram Luiz Guanais, Gabriel Disselli, Victor Rogatis e Luiz Temporini, do time de análise do banco, em relatório divulgado na semana passada.

O BTG reiterou a compra da ação do varejista. Além de ser um player regional bem-sucedido no setor de varejo de alimentos brasileiro, o banco enxerga o papel descontado, negociado a 12 vezes P/L (preço sobre lucro) para 2022 versus 22 vezes a mediana para varejistas.

Considerando o aumento de escala, bom poder de barganha com a indústria, boas localizações de lojas, forte reconhecimento da marca e execução decente, o BTG está otimista com o Grupo Mateus. Mesmo tendo forte atuação no Maranhão e no Pará, o banco vê espaço para mais expansão.

“Em termos de expansão para fora dos estados-núcleo, a empresa mencionou que deve abrir pelo menos cinco lojas nesta nova ‘fronteira’ (estados de Pernambuco, Bahia e Ceará) até o primeiro semestre de 2022, principalmente no formato atacarejo, que aproveita uma combinação de ampla variedade, preços competitivos, logística eficiente (já que o Grupo Mateus já tem operações de distribuição em algumas dessas regiões) e serviços nas lojas -perseguindo uma TIR [taxa interna de retorno] de cerca de 20% para essas unidades”, comentaram os analistas, mencionando a videoconferência recentemente realizada com a alta administração do varejista.

O BTG enxerga potencial de expansão do Grupo Mateus para 168 novas cidades do Nordeste (sendo que a companhia estava presente em 43 cidades em setembro de 2021).

Os analistas elevaram as estimativas de receita e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do Grupo Mateus para os próximos quatro anos em 29% e 18%, respectivamente. O time de análise também aumentou a projeção de crescimento do lucro líquido para 38% ao ano (versus 28% antes).

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