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Guerra na Ucrânia: Ainda há espaço para o petróleo subir? E a Petrobras (PETR4)?

24 mar 2022, 14:39 - atualizado em 24 mar 2022, 14:42
Ucrânia
Guerra na Ucrânia entra no segundo mês e petróleo segue sem um teto (Imagem: Shutterstock/Viacheslav Lopatin)

A invasão russa à Ucrânia já entrou no segundo mês e continua desencadeando efeitos globais, que não deixam o Brasil de fora.

Um dos assuntos mais debatidos nesses últimos 30 dias é disparada dos preços do petróleo, algo que o brasileiro sente no bolso na hora de abastecer o carro nos postos e que mexe diretamente com as ações da Petrobras (PETR4).

Nesta quinta-feira (24), líderes ocidentais se reuniram em Bruxelas, sede da União Europeia, para intensificar suas forças na Europa Oriental e aumentar a ajuda militar à Ucrânia. A Otan está alarmada com a perspectiva de que a Rússia possa escalar a guerra.

Com todas essas cartas no tabuleiro geopolítico e sem sinais claros de um cessar fogo na Ucrânia pela Rússia, o petróleo lidera o apetite por ativos de risco, trazendo um amplo fluxo estrangeiro à Bolsa brasileira.

“Existe mais espaço para o petróleo disparar, com uma possibilidade da guerra na Ucrânia se agravar. E caso o óleo russo seja excluído do mercado internacional, os preços da commodity devem ser puxados ainda mais”, afirma Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

O especialista relembra que em 2008, quando a Rússia invadiu a Geórgia, outra antiga república soviética, o pico da commodity foi bem maior que a cotação atual, que oscila em torno de US$ 120 por barril.

Petróleo ainda não estacionou

Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, explica que os preços do petróleo ainda não se estabilizaram, ao passo que o mercado ainda não tem ideia de como e quando será o desfecho da guerra no Leste Europeu.

“É provável que o barril prossiga acima dos US$ 100, ainda mais levando em conta o tom mais duro do presidente dos EUA, Joe Biden, quanto a possíveis sanções ao petróleo russo”, alerta.

O Ocidente não tem medido esforços para encontrar alternativas que diminuam a dependência do óleo russo, sobretudo, ao bloco europeu.

O que se entende até o momento é que as sanções ao Kremlin seguirão firmes, mesmo após o fim do conflito armado, tendo em mente que a Rússia é o terceiro maior exportador de petróleo do mundo.

E a Petrobras (PETR4)?

Petrobras
É mais complicado para ações estatais, como a Petrobras, acompanharem os ganhos de commodities em alta, dizem especialistas (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Apesar da disparada de preços do petróleo no mercado internacional, as ações da Petrobras não têm performado tão bem quanto as demais petroleiras listadas na B3 (B3SA3) nos últimos 30 dias.

Os papéis preferenciais da estatal recuaram em torno de 7% no período, enquanto que as ações da Enauta (ENAT3) e da PetroRecôncavo (RECV3) saltaram 42% e 26%, respectivamente.

Na avaliação do estrategista da RB Investimentos, a explicação para o desempenho aquém da Petrobras está relacionado com a interferência política na companhia e ameaças de mudanças na política de preços dos combustíveis.

“A política de preços da estatal é alvo de críticas tanto do governo atual quanto de candidatos ao Planalto nas eleições 2022. Além disso, existem rumores quanto a uma possível troca de comando do CEO, com três nomes sendo ventilados no momento“, afirma Cruz.

Por mais que se tenha o cenário positivo com o petróleo em alta, é mais complicado para ações estatais como a Petrobras acompanharem os ganhos.

O sócio da Nexgen também chama atenção para o peso da interferência em Brasília nos rumos da Petrobras.

“Ainda assim, o fato do ministro de Minas e Energia ter dito que as petroleiras aumentaram em 10% sua produção para diminuir a dependência externa do Brasil deve garantir um quadro de mais vendas e receitas para as companhias em um ambiente favorável ao petróleo”, diz Izac.

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Guerra na Ucrânia: O que está acontecendo com as commodities?

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Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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