Política

Haddad reavalia timing de anúncios econômicos após agenda do governo ser capturada por ataques em Brasília

09 jan 2023, 13:22 - atualizado em 09 jan 2023, 13:22
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Haddad ainda fecharia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a lista de ações a serem implementadas (Imagem: Adriano Machado/Reuters)

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está rediscutindo com a Casa Civil o cronograma das primeiras medidas econômicas do governo após as atenções do mundo político serem capturadas pelos ataques aos Três Poderes em Brasília, havendo risco de adiamento das primeiras ações planejadas pela equipe econômica, relataram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.

Pressionado a apresentar ações concretas e avaliações sobre o quadro fiscal do país, Haddad previa que as primeiras divulgações ocorreriam já nesta semana. Com conversas ainda preliminares diante do novo cenário, o plano pode mudar.

“É possível que haja algum atraso na divulgação. Muito complicada a situação”, disse uma das fontes, sob condição de anonimato.

Outro interlocutor da pasta afirmou que a agenda da semana pode mudar, com possível adiamento das primeiras medidas.

Haddad ainda fecharia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a lista de ações a serem implementadas. Os eixos de atuação incluem reavaliação das receitas federais para 2023 e medidas para ampliar a arrecadação e cortar gastos.

Entre as medidas estudadas estão um incentivo extraordinário à redução de litígio no Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais) e a reavaliação de desonerações tributárias implementadas pelo governo Jair Bolsonaro.

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Haddad previa que as primeiras divulgações ocorreriam já nesta semana. Com conversas ainda preliminares diante do novo cenário (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro também pediu prioridade aos estudos de reformas estruturais, como a tributária e a fiscal, mas essas iniciativas já tinham prazo mais alargado para serem colocadas em prática. Até semana passada, Haddad previa debate sobre os temas nos três primeiros meses de governo e início efetivo da análise pelo Congresso a partir de abril.

Após apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro invadirem e depredarem o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal no domingo, Haddad está participando pessoalmente das reuniões emergenciais com o presidente Lula e representantes de outros poderes.

Duas outras fontes da área econômica afirmam que os trabalhos do corpo técnico do Ministério da Fazenda seguem ocorrendo normalmente. Enquanto uma delas afirma a apresentação das ações ainda dependerá de decisão de Haddad e Lula, a outra diz esperar que o cronograma não seja afetado pelos acontecimentos recentes.

Em outra área da equipe econômica que será impactada pelos atos de bolsonaristas, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos é responsável pela secretaria que administra o patrimônio da União. Por isso, a pasta deve acompanhar o levantamento dos danos causados pelos manifestantes e a elaboração do plano para recuperar os edifícios.

Nesta segunda-feira, a ministra da Gestão, Esther Dweck, estava entre os nomes que participariam de um seminário sobre economia na Universidade de Brasília. A participação acabou cancelada.

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