Mercados

Ibovespa acumula ganho de 25% entre a mínima do ano e o recorde desta quarta (26)

26 jul 2023, 19:35 - atualizado em 26 jul 2023, 19:37
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Turbinado: Ibovespa vai do inferno ao céu em apenas quatro meses (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa acumula ganho de 25% entre a mínima do ano e o recorde de fechamento desta quarta-feira (26). Para se ter uma ideia, é mais que o dobro dos 11,69% que acumula no ano, quando comparado com o patamar com que encerrou dezembro de 2022.

Nesta quarta-feira, o principal índice da Bolsa brasileira fechou em alta de 0,45%, aos 122.560 pontos. Trata-se do maior patamar do Ibovespa em 2023, e é também o mais alto desde 09 de agosto de 2021, quando fechou em 123.019 pontos. O que impulsionou a alta de hoje foi a avaliação do mercado de que o Federal Reserve “choveu no molhado”, ao elevar em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros dos Estados Unidos, passando-a para o intervalo de 5,25% a 5,5% ao ano.

A decisão já era amplamente esperada pelos analistas, e, por isso, toda a atenção se concentrou na entrevista coletiva de Jerome Powell, presidente do Fed, que justificou a decisão.

Segundo analistas ouvidos pelo Money Times, Powell não falou nenhuma novidade. Porém, o fato do mandachuva do Fed não ter piorado o cenário já foi suficiente para animar os investidores.

“Ficou tudo sem surpresa, na verdade. No newsgood news”, resume Victor Benndorf, que comanda a casa de análise que leva o seu sobrenome.

Outra parte do bom humor é a expectativa de que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central finalmente iniciará o ciclo de corte da taxa básica de juros, a famosa Selic, na próxima reunião, marcada para os dias 1 e 2 de agosto.

A expectativa é reforçada por uma série de dados divulgados nos últimos dias, que vão da deflação de 0,07% do IPCA-15 de julho (melhor que o esperado), passando pela queda da economia captada pelo IBC-Br (o “PIB” do BC), e redução das projeções de inflação no último Boletim Focus.

Ibovespa vai do Inferno ao Céu em quatro meses

O otimismo que impulsiona o Ibovespa contrasta com o pior momento do ano. Há quatro meses, em 23 de março, o índice fechou em queda de 2,29%, aos 97.926 pontos – seu pior patamar desde julho de 2022. O tombo era a resposta do mercado à decisão do Copom de manter a Selic em 13,75% ao ano na reunião que aconteceu nos dois dias anteriores.

Na ocasião, os investidores reagiram mal ao comunicado considerado “hawkish” (mais agressivo) do BC, que sinalizou que pode retomar o ciclo de aperto monetário caso a inflação saia do controle. No comunicado, o Copom citou a incerteza sobre o arcabouço fiscal e “seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública”.

É claro que, como todo investidor sabe, é bastante difícil encontrar o momento certo de entrar na Bolsa e capitalizar toda essa alta de 25%, mas o episódio só confirma o conhecido conselho de que o investidor deve aproveitar as baixas para ampliar posições, à espera da alta que virá, por mais improvável que pareça em meio à tempestade.

Com Renan Dantas.

 

 

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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