Bula do Mercado

Ibovespa contrata alta na volta do feriado, mas local joga contra

16 nov 2022, 7:48 - atualizado em 16 nov 2022, 8:01
ibovespa
Ibovespa tem ajuste positivo a fazer nesta volta do feriado nacional, após uma sessão de ganhos no exterior ontem, mas cena política local ainda pesa (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa tem um ajuste positivo a fazer nos negócios nesta volta do feriado, após uma sessão de ganhos ontem (15) no exterior. O maior apetite por risco lá fora embalou os ativos brasileiros listados em Nova York, com os sinais emitidos pelas economias dos Estados Unidos e da China dando sustentação ao movimento. 

Porém, a cena política local continua trazendo volatilidade. O mercado doméstico seguirá sensível às negociações em torno da PEC da transição, em meio às incertezas sobre o tema. E as especulações são muitas. Segue a indefinição sobre o tamanho do furo adicional no teto dos gastos, o chamado waiver.

Da mesma forma, ressurgem os nomes de Fernando Haddad e Geraldo Alckmin para o comando da Economia. Porém, por ora, não há nada definido. O presidente eleito fará pronunciamento hoje às 12h15 (de Brasília) durante a COP27, no Egito, quando deve abordar a questão climática e tratar do retorno do Brasil à cena internacional. 

Portanto, não se deve esperar qualquer novidade sobre a composição do novo governo Lula a partir de 2023, nem mesmo em relação ao rumo da política econômica. E essa falta de clareza tende a manter a pressão sobre o Ibovespa e o dólar, tornando passageiro qualquer alívio, em meio à maior pressão vendedora por parte dos investidores locais.

Aliás, naquela famigerada quinta-feira (10), quando houve uma sangria nos ativos domésticos, os gringos retiraram quase R$ 1,5 bilhão em recursos da bolsa brasileira, devolvendo parte dos mais de R$ 1,9 bilhão injetados apenas no dia seguinte às eleições.

Ainda assim, o saldo de capital externo acumulado no mês segue positivo, em cerca de R$ 790 milhões, reforçando os sinais de que foi uma situação típica causada pela Faria Lima.

Exterior em alta anima Ibovespa

Ainda assim, os mercados internacionais seguem em uma toada mais positiva, o que tende a animar os negócios por aqui. Lá fora, as recentes medidas na China de suporte ao setor imobiliário e de flexibilização do controle contra a covid-19 alimentam esperanças de um ponto de virada para os ativos correlacionados, como a Vale (VALE3).

Aliás, o minério de ferro fechou novamente em alta no mercado futuro chinês em Dalian, apesar de dados mais fracos sobre a atividade econômica chinesa em outubro. Da mesma forma, os números sobre o índice de preços ao produtor norte-americano (PPI) reforçam os sinais de desaceleração da inflação nos EUA.

Com isso, os investidores vão consolidando as apostas de um aumento menor, de 0,50 ponto percentual (pp), na taxa de juros pelo Federal Reserve em dezembro. Essa expectativa permite uma narrativa de curto prazo mais positiva nos mercados globais, sendo que os dados do varejo e da indústria nos EUA hoje (16) podem afastar o temor de recessão

Portanto, o mercado compra a narrativa de “pouso suave” da economia norte-americana – e mundial -, o que permite esses momentos de maior animação dos ativos de risco. Contudo, a possibilidade de uma queda mais profunda da atividade global ainda não está totalmente descartada, assim como o problema inflacionário no mundo está longe de ser totalmente equacionado. No fim, tudo isso tende a ser bastante negativo para os mercados no longo prazo.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h35:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,33%; o do S&P 500 avançava 0,37%; enquanto o Nasdaq tinha alta de 0,38%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 0,42%; a bolsa de Frankfurt recuava 0,47%; a de Paris tinha queda de 0,06%, enquanto a de Londres subia 0,26%

Câmbio: o índice DXY tinha baixa de 0,46%, a 105.92 pontos; o euro subia 0,70%, a US$ 1,0422; a libra subia 0,48%, a US$ 1,1923; o dólar tinha leve alta de 0,04% ante o iene, a 139,36 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,793%, de 3,777% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,361%, de 4,345%, na mesma comparação

Commodities: o futuro do ouro subia 0,60%, a US$ 1.787,80 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,35%, a US$ 87,16 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,60%, a US$ 94,42 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em alta de 1,32%, a 728 yuans a tonelada métrica.

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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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