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Ibovespa fecha em alta de 1,6% com resultados de 2º tri melhores que o esperado

05 ago 2020, 17:15 - atualizado em 05 ago 2020, 18:08
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O Ibovespa fechou com elevação de de 1,57%, a 102.801,76 pontos (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

A bolsa paulista retomou o viés de alta nesta quarta-feira, com o avanço do preço do petróleo beneficiando a Petrobras (PETR4), enquanto Gerdau (GGBR4), Klabin (KLBN11) e a Iguatemi (IGTA3) também figuraram entre as maiores contribuições positivas após resultados trimestrais considerados fortes uma vez que foram produzidos no pior período da pandemia até agora.

O Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, fechou com elevação de 1,57%, a 102.801,76 pontos. O volume financeiro no pregão somou 30,4 bilhões de reais.

Na terça-feira, o Ibovespa caiu 1,57% com as ações do Itaú Unibanco como maior queda do dia após resultado e receios sobre mudanças que podem limitar juros cobrados pelos bancos, em sessão com venda de ações da Vale pelo BNDES.

Na visão do analista Régis Chinchila, o Ibovespa recuperou-se nesta sessão do movimento de realização de lucros da véspera, amparado pelas empresas e setores que entregaram nesta quarta-feira bons balanços corporativos.

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O Ibovespa recuperou-se nesta sessão do movimento de realização de lucros da véspera (Imagem: B3/Linkedin)

Ele também chamou a atenção para a expectativa de um acordo para a votação do novo pacote de estímulos à economia norte-americana, da ordem de 1 trilhão de dólares, que pode ocorrer até o final da semana segundo alguns interlocutores.

Em Wall Street, em meio às negociações em Washington, o índice acionário S&P 500 fechou com elevação de 0,64%, também apoiado em resultados como os da Disney, além de melhora no setor de serviços dos Estados Unidos.

De volta ao Brasil, a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na comissão mista da reforma tributária foi monitorada por investidores, principalmente após percepções de que o texto como está pode resultar em aumento de tributação a alguns setores.

Falando a parlamentares, Guedes se comprometeu a diminuir a alíquota de 12% da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), proposta pelo governo na primeira parte da reforma que enviou ao Congresso, caso se observe elevação tributária.

Investidores encerraram o pregão na expectativa de decisão de juros do Banco Central ainda nesta quarta-feira, com a maioria dos economistas consultados pela Reuters esperando que a Selic seja reduzida dos atuais 2,25% para 2% ao ano.

“O comunicado será esmiuçado em busca de sinais de que o ciclo de cortes acabou”, observou a equipe da Elite Investimentos em relatório a clientes mais cedo.

Destaques

Petrobras (PETR4) subiu 6,4%, na esteira da alta dos preços do petróleo no exterior. Analistas do Goldman Sachs também elevaram o preço-alvo dos papéis para 32,80 reais, mantendo recomendação de ‘compra’, em ajustes após o balanço da petrolífera. Os analistas citaram que continuam vendo assimetria positiva no médio e longo prazos, embora reconheçam obstáculos de curto prazo, como a volatilidade do preço do petróleo.

Klabin (KLBN11) fechou em alta de 9,78%, após lucro operacional recorde entre abril e junho e que mostrou crescimento de 39% em relação ao mesmo período de 2019. Analistas do Credit Suisse consideraram o desempenho da empresa acima do esperado. No setor, Suzano (SUZB3) subiu 7,60%.

Iguatemi (IGTA3) valorizou-se 7,76%, embalando todo o setor de shopping center, após resultado do segundo trimestre que a XP Investimento classificou como “desafiador, mas ainda assim acima das expectativas”. O resultado operacional medido pelo Ebitda caiu 16,5%, para 114,93 milhões de reais, enquanto a margem Ebitda caiu apenas 2 pontos, a 71,4%. Multiplan (MULT3) saltou 8,03% e Brmalls (BRML3) subiu 7,72%.

Gerdau (GGBR4) fechou em alta de 5,95%, uma vez que os números do segundo trimestre mostraram a companhia ‘resistindo à tempestade’, nas palavras da equipe do BTG Pactual. A siderúrgica teve queda de 15% no lucro líquido ano a ano, mas deu sinais de crescimento na demanda em relação aos três primeiros meses do ano, bem como afirmou que planeja reajustes de preços em agosto e setembro.

Vale (VALE3) avançou 2,45%, um dia após a BNDES Participações (BNDESPAR) se desfazer de 135 milhões de ações da mineradora, no valor de cerca de 8,1 bilhões de reais. A sessão ainda teve como pano de fundo a alta futuros do minério de ferro na China. No setor, CSN (CSNA3) subiu 2,82% e Usiminas (USIM5) fechou em alta de 3,91%.

Itaú Unibanco (ITUB4) cedeu 0,08% e Bradesco (BBDC4) avançou 0,46%, após sessão volátil, em meio à expectativa de votação no Senado do projeto que limita os juros do cartão de crédito e do cheque especial. Aumento de provisões por Bradesco e Itaú em seus balanços também tem adicionado receio. Banco do Brasil (BBAS3), que reporta balanço na quinta-feira cedo, fechou com variação positiva de 0,09%.

Hypera (HYPE3) caiu 2,84%, entre os destaques de baixa, após renovar na véspera maior cotação de fechamento desde o começo de março, com a alta acumulada no mês passado e nos dois primeiros pregões de agosto superando 9%.

Ambev (ABEV3) recuou 1,64%, no quinto pregão consecutivo de queda, após reportar na semana passada queda de mais de 50% no lucro líquido do segundo trimestre e observar um cenário ainda incerto, com consumo volátil, no horizonte, bem como maior dificuldade de recuperação nas margens, embora vislumbre melhora nos volumes depois de atingir o fundo do poço em abril. Desde a divulgação do balanço, a ação caiu 13%.

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