Mercados

Ibovespa fecha em queda com blue chips em sessão sem Wall Street

05 jul 2021, 17:11 - atualizado em 05 jul 2021, 17:45
Ibovespa
A queda vem após o Ibovespa fechar em alta de 1,56% na última sexta-feira (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta segunda-feira, tendo as blue chips entre as maiores pressões de baixa, em sessão com menor volume em razão de feriado nos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,55%, a 126.920,05 pontos. O volume financeiro somou 19,8 bilhões de reais, contra média diária no ano de 35,3 bilhões de reais.

A queda vem após o Ibovespa fechar em alta de 1,56% na última sexta-feira.

Na visão do sócio e superintendente de operações da mesa de renda variável da Blue3, Bruno Moura, a fraqueza no pregão brasileiro refletiu em parte o desconforto com o término sem um acordo de reunião da Opep+ sobre sua política de produção.

Ministros da Opep+ cancelaram negociações do grupo sobre sua política de produção de petróleo após impasse na semana passada, quando os Emirados Árabes Unidos se opuseram a uma extensão de oito meses às restrições de oferta.

Moura afirmou que um desfecho assim em um encontro tão relevante acaba aumentando a percepção de risco político e pesando nas bolsas.

Ele também chamou a atenção para a agenda da semana, com divulgações como a ata da reunião do Federal Reserve do mês passado, quando o banco central dos EUA antecipou para 2023 suas projeções para o primeiro aumento de juros pós-pandemia.

A cena política brasileira mais tensa também continua no radar de agentes financeiros, particularmente as investigações sobre irregularidades em compras de vacinas.

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu prazo de 10 dias para que o Ministério da Saúde apresente documentos sobre o contrato com a Precisa Medicamentos para a aquisição da vacina indiana Covaxin contra Covid-19.

Análise técnica da equipe do Itaú BBA afirmou que o Ibovespa continua dentro do processo de realização de lucros, que tem um suporte relevante na região dos 125.500 pontos, que se for perdido poderá desencadear novas perdas.

Uma recuperação mais sólida depende de o Ibovespa superar a resistência em 128.100 pontos, movimento que se confirmado poderá continuar em direção a 129.900 e 130.500 pontos.

As bolsas em Nova York estiveram fechadas em razão de feriado relacionado ao Dia da Independência dos EUA. Na sexta-feira, é o pregão brasileiro que não funcionará com feriado em São Paulo pelo Dia da Revolução Constitucionalista.

Destaques

Bradesco (BBDC4) recuou 2,08% e Itaú Unibanco (ITUB4) perdeu 1,37%, tendo ainda de pano de fundo preocupações com os efeitos das medidas propostas na segunda fase da reforma tributária.

Petrobras (PETR4) cedeu 1,13%, mesmo após a alta dos contratos futuros do petróleo no exterior na esteira da falta de acordo pela Opep+, que fez o Brent encerrar com elevação de 1,3%, a 77,16 dólares o barril.

Vale (VALE3) caiu 0,36% apesar do salto dos preços dos contratos futuros do minério de ferro na China, enquanto ações de siderúrgicas tiveram desempenho misto, com CSN (CSNA3) se destacando do lado positiva, com alta de 1,09%.

Ambev (ABEV3) subiu 2,93%, atenuando a pressão de baixa no Ibovespa, em meio a movimentos de recuperação após também sofrer com a proposta do governo federal de eliminar o mecanismo de juros sobre capital próprio.

Braskem (BRKM5) valorizou-se 1,77%, no segundo pregão seguido de alta, renovando máxima histórica de fechamento.

Locaweb (LSAW3) recuou 2,72%, com papéis de empresas relacionadas a tecnologia no vermelho, como Totvs (TOTS3), que fechou em baixa de 1,74%.

Grendene (GRND3), que não está no Ibovespa, avançou 1,51%, após anunciar acordo com a gestora 3G Radar para uma joint venture para distribuir e comercializar produtos da dona das marcas Melissa e Ipanema no exterior.

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