Mercados

Ibovespa fecha abaixo de 95 mil pontos com realização de lucros antes de feriado

10 jun 2020, 17:12 - atualizado em 10 jun 2020, 17:55
Mercados - Ibovespa
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 1,95%, a 94.858,42 pontos (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda pelo segundo pregão consecutivo nesta quarta-feira, sucumbindo mais uma vez a movimentos de realização de lucros, enquanto agentes financeiros continuam avaliando o patamar de preços das ações frente à situação das economias afetadas pela pandemia de Covid-19.

Na quinta-feira, a B3 (B3SA3) não funciona, uma vez que manteve seu calendário original, mesmo após antecipação do feriado de Corpus Christi para abril em São Paulo, o que corroborou alguma cautela nos negócios, dado que os mercados no exterior estarão abertos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 2,13%, a 94.685,98 pontos. O volume financeiro somou 33,6 bilhões de reais.

Desde que tocou a mínima do ano durante um pregão, de 61.690,53 pontos, em março, o Ibovespa acumulava até o fechamento da véspera valorização de 56,8%. Ainda assim, continua distante da máxima intradia histórica registrada em janeiro, de 119.593,10 pontos.

Análise gráfica da equipe da Ágora Investimentos destacou que o Ibovespa retomará o rali de alta caso consiga vencer a resistência imediata na linha dos 97.400 pontos. O próximo objetivo projetado é aos 104.000 pontos, por onde passa a reta traçada a partir do topo máximo do ano.

O Ibovespa chegou a reduzir a queda logo após a decisão do Federal Reserve, que manteve os juros entre zero e 0,25%, como esperado, e reiterou promessa de suporte extraordinário contínuo para a economia. Projeções econômicas do Fed ainda apontaram taxa de juros perto de zero até pelo menos 2022.

O fôlego, contudo, perdeu força e o Ibovespa renovou mínimas na sessão. Em Wall Street, o S&P 500 chegou a trabalhar no azul, mas também abandonou o sinal positivo e fechou em baixa de 0,5%. De acordo com o chairman do Fed, o caminho à frente para a economia é altamente incerto.

“O comunicado do Fed trouxe o mercado para a realidade econômica dura, quando disse que milhões de pessoas podem precisar de mais ajuda financeira dos governos e que temem novas ondas de Covid-19”, afirmou a analista de ações Cristiane Fensterseifer, da casa de análise Spiti.

Da cena brasileira, a prefeitura de São Paulo autorizou a reabertura de comércios de rua e imobiliárias na nova fase da retomada econômica em meio à pandemia de coronavírus, embora com funcionamento restrito. Havia expectativa de uma decisão sobre os shoppings nesta quarta-feira.

Azul
Azul e Gol recuaram 8,84% e 9,64%, respectivamente, após forte valorização recente (Imagem: REUTERS/Rahel Patrasso)

O governo do Estado de São Paulo, por sua vez, anunciou nesta quarta-feira que comércio de rua e os shoppings centers poderão reabrir em todas as cidades da região metropolitana da capital paulista a partir de segunda-feira.

Destaques

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) recuaram 8,84% e 9,64%, respectivamente, após forte valorização recente, que foi apoiada nas expectativas otimistas para a reabertura de economias, além da queda do dólar em relação ao real. Até a véspera, os papéis da Azul acumulavam em junho alta de 80% e os da Gol, 86%.

Embraer (EMBR3) perdeu 9,51%, no segundo pregão consecutivo de queda, após avançar mais de 50% em uma série de sete pregões de alta até a segunda-feira.

–  Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 4,35%, em sessão de forte correção negativa no setor de bancos, na esteira do ajuste generalizado na bolsa paulista. Bradesco (BBDC4) cedeu 4,66% e Banco do Brasil (BBAS3) recuou 4,41%.

Vale (VALE3) perdia 2%, após queda dos preços do minério de ferro na China, em meio a um aumento nos embarques de mineradoras para o país, embora incertezas quanto à oferta ainda estejam no radar devido à pandemia de coronavírus.

Petrobras (PETR3PETR4) caíram 1,47% e 2,95%, respectivamente, apesar da melhora dos preços do petróleo no exterior, sofrendo com os movimentos de realização.

Braskem (BRKM5) caiu 0,81%, mudando de sinal com a piora na bolsa, mesmo após renovar por mais cinco anos contratos de fornecimento de nafta petroquímica pela Petrobras para unidades da companhia na Bahia e no Rio Grande do Sul. Os contratos preveem preços de 100% da cotação da nafta no Noroeste da Europa (ARA).

–  B2W (BTOW3) subiu 5,5% e Magazine Luiza (MGLU3) avançou 3,56%, entre os poucos destaques positivos da sessão. Via Varejo (VVAR3) fechou em queda de 0,13%, não sustentando os ganhos apurados em parte da sessão.

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