Bula do Mercado

Ibovespa hoje cai com boato e com o fato: metas de inflação e Bradesco (BBDC4) no radar

10 fev 2023, 7:55 - atualizado em 10 fev 2023, 8:08
Ibovespa deve ter um pregão sem cara de sexta-feira hoje, em meio ao rumor de revisão das metas de inflação e ao show de horror do resultado do Bradesco (Arte: Money Times)

O Ibovespa (IBOV) deve ter um pregão sem cara de sexta-feira hoje. O rumor de revisão das metas de inflação já na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no dia 16, combinado com o ‘show de horror’ apresentado pelo Bradesco (BBDC4) ontem à noite devem marcar o dia.  

Portanto, tanto no boato quanto com o fato sobram motivos para o Ibovespa manter a aversão ao risco percebida já na quinta-feira. A diferença é que, de um lado, o Bradesco resolveu se proteger, provisionando 100% do impacto do rombo da Americanas (AMER3) no resultado do banco.

De outro, os investidores não querem aceitar o debate sobre o alvo perseguido pelo Banco Central em relação à inflação. Por mais que já fazem três anos que o Brasil simplesmente não consegue cumprir a meta, tendo ultrapassado o centro em dois deles, os mercados resistem em colocar a discussão em pauta.    

Diante disso, já são antecipadas novas ondas de pressão vendedora no Ibovespa. Seja por causa do tombo de 10% dos recibos de ações (ADRs) do Bradesco no pré-mercado em Nova York nesta manhã. Seja diante do esperado aumento dos prêmios nos juros futuros, respingando no dólar.  

Ibovespa entre BC e Lula

Mas, qual é a diferença, aos olhos do mercado, entre o resguardo que o Bradesco fez e o que o governo propõe fazer? Afinal, a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é derrubar Roberto Campos Neto do comando do Banco Central

Ao contrário, a proposta do governo é colocar em evidência o descompasso entre a taxa básica de juros, a inflação e as metas da autoridade monetária. Afinal, à medida que o índice oficial de preços ao consumidor (IPCA) começou a desacelerar, o Brasil voltou a figurar no topo do ranking dos países com maior taxa de juro real do mundo.

Portanto, faz parte da estratégia dos bancos – central ou não – se preservar. Aliás, é esse o recado que o Federal Reserve tem reforçado, ao minar as expectativas de corte dos juros nos Estados Unidos. Mais alguns Fed boys reiteraram ontem que um “pivô” neste ano seria prematuro e, portanto, é improvável, o que resgatou o mau humor nos mercados globais

Ou seja, tanto no boato quanto no fato, os ativos de risco se movimentam em uma situação que se equivale à imagem do cachorro correndo atrás do rabo. O momento, portanto, é de se convencer de que tudo seja realmente verdade.

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h45:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,24%; o do S&P 500 cedia 0,46% e o Nasdaq tinha queda de 0,93%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) caía 0,22% no pré-mercado; nos ADRs, o da Vale caía 0,24%, o da Petrobras tinha alta de 1,36%, enquanto o do Bradesco desabava 9,06%

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 1,10%; a bolsa de Frankfurt perdia 1,22%; a de Paris cedia 0,86% e a de Londres caía 0,43%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em alta de 0,31%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 2,01%; a Bolsa de Xangai cedeu 0,30%;

Câmbio: o índice DXY subia 0,15%, 103.37 pontos; o euro tinha queda de 0,34%, a US$ 1,0706; a libra perdia 0,16%, a US$ 1,2102; o dólar caía 0,40% ante o iene, a 131,02 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,694%, de 3,663% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,515%, de 4,493% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro caía 0,20%, a US$ 1.874,80 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 2,23%, a US$ 79,80 o barril; o do petróleo Brent tinha alta de 2,28%, a US$ 86,46 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em alta de 0,41% em Dalian (China), a 860,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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