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Ibovespa (IBOV) desaba 2% em 7º queda consecutiva; índice retoma para patamares de janeiro

26 abr 2022, 17:05 - atualizado em 26 abr 2022, 18:29
Ibovespa
Mais uma vez, o mercado precifica os lockdowns na China. Com parte do país fechados, o receio é que a demanda pelo minério de ferro caia e leve junto os preços das ações (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Ibovespa (IBOV) fechou a sessão desta terça-feira (26) em forte queda de 2,09%, a 108.369,05 pontos, segundo dados preliminares.

Mais uma vez, o mercado precifica os lockdowns na China. Com parte do país fechados, o receio é que a demanda pelo minério de ferro caia e leve junto os preços das ações das mineradoras do Brasil, que possuem grande peso na Bolsa.

Outra fonte de preocupação diz respeito à sinalização de uma política monetária mais agressiva nos Estados Unidos.

No exterior, as bolsas de Wall Street também caíram, com S&P 500 perdendo 2,82% e Nasdaq 3,95%.

“É importante relembrar que a queda do dólar ajudou a minimizar a alta das commodities, com exceção do Petróleo. Por isso, caso os preços das commodities permaneçam altos, o aumento do dólar pode trazer novas pressões inflacionárias para o Brasil”, diz André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP.

Por aqui, os investidores permanecem cautelosos com aumentos nas projeções da inflação.

“O Boletim Focus, que foi divulgado hoje, mostrou que as expectativas do mercado para inflação aumentaram até 2024. A piora nas projeções de inflação tende a adicionar prêmios na curva de juros, o que exige ajustes de preços nos ativos de risco”, argumenta Meirelles.

Além disso, a temporada de balanço das empresas traz volatilidade adicional para o Ibovespa, visto que os investidores reagem a cada novo resultado divulgado.

O real foi a pior moeda emergente mesmo com intervenção do BC que vendeu USD 500 milhões em Swap cambial tradicional. “A curva de juros abriu, com commodities e dólar em alta piorando as expectativas de inflação“, lembra Alexsandro Nishimura, da BRA.

Já as ações ligadas à commodities metálicas seguiram em baixa, diante a queda do minério de ferro e um incêndio de um galpão da CSN (CSNA3) na noite anterior.

Veja as noticias que mexeram com os mercados

Boletim Focus

O mercado vem intensificando sua perspectiva para o aperto monetário em curso no Brasil em meio a projeções cada vez mais altas para a inflação, embora tenha melhorado o cenário para o crescimento deste ano.

A pesquisa Focus, que voltou a ser divulgada pelo Banco Central nesta terça-feira depois de um hiato de quase um mês, mostra que os especialistas consultados veem nova alta da taxa básica de juros de 1 ponto percentual na reunião de maio do Comitê de Política Monetária, chegando a 12,75%.

Mas eles preveem mais aperto monetário até o fim deste ano, com a Selic chegando a 13,25%, de expectativa de 13,05% na semana anterior e 13,00% há quatro semanas.

Para 2023, segue a projeção de que a Selic encerrará a 9%, sem alterações nas duas comparações.

Santander Brasil (SANB11) divulgou nesta terça-feira (26) que teve um lucro líquido gerencial de R$ 4,005 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 1,3% sobre o mesmo período de 2021.

O valor está levemente abaixo do esperado pelo mercado, de R$ 4,011 bilhões, conforme projeções reunidas pela Bloomberg.

O banco também informou que o resultado de créditos de liquidação duvidosa somou R$ 4,6 bilhões, aumento de 45,9% na base anual.

Segundo o diretor financeiro do Santander Brasil, Angel Santodomingo, o banco manterá a política de controle de despesas, enquanto busca ampliação das receitas com clientes na tentativa de defender seu retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE), que atingiu 20,7%, alta de 0,6 ponto percentual frente aos três meses anteriores.

Destaques

Santander (SANB11) caiu 4,6%, quinta baixa seguida e a maior desde setembro, após lucro líquido do primeiro trimestre vir em linha com as expectativas do mercado, mas com resultados operacionais negativos, segundo analistas. A leitura para os balanços de outros bancos é positiva na perspectiva da margem financeira líquida, mas mais desafiadora na dinâmica de originação e qualidade de crédito, escreveram analistas do Itaú BBA. Bradesco (BBDC4) recuou 4,3%, Itaú (ITUB4) perdeu 3,4% e Banco do Brasil (BBSA3) cedeu 2,3%.

Vale (VALE3) reduziu 1,4%, sétima queda seguida, após os contratos futuros do minério de ferro em Dalian caírem 2,5%. Os futuros de níquel em Xangai retraíram 6,8%. CSN (CSNA3) despencou 6,3% e liderou queda entre siderúrgicas. Um incêndio atingiu um galpão da empresa em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, mas não houve feridos ou impacto na produção, segundo a empresa.

Petrobras (PETR4) caiu 0,2%, assim como (PETR3), enquantoPetro Rio (PRIO3) teve ganhos de 2,5% e 3R 3R Petroleum (RRRP3) avançou 2,2%, diante de alta de 2,6% do petróleo Brent, com o mercado contrapondo perspectiva de estímulos à economia chinesa e temores por um potencial lockdown em Pequim.

CPFL (CPFE3) apontou acréscimo de 1,8% e liderou, em ganhos percentuais, sessão positiva entre ações de energia elétrica, considerado por analistas um setor mais defensivo. EDP (ENBR3) cresceu 1,1% e Equatorial (EQTL3) expandiu 1%. Energisa (ENGI11) aumentou 0,7%, após dados operacionais de março.

Locaweb (LWSA3) desabou 8,3%, Totvs (TOTS3) perdeu 6,5%, Inter (BIDI11) registrou queda de 6,4% e Nubank (NU) desabou 8,8% em Nova York, maior queda desde meados de março. O varejo também foi destaque de baixa: Americanas (AMER3) desvalorizou-se 5,1%, Magazine Luiza (MLGU3) cedeu 4,8% e VIA (VIIA3) reduziu 4,7%.

Ultrapar (UGPA3) caiu 5,7%, em dia de apresentação da companhia a analistas e investidores. A empresa espera uma retomada nos resultados neste ano, apesar do cenário de inflação elevada e alta de juros, após medidas de reestruturação tomadas no ano passado, disseram os executivos.

SLC Agrícola (SLCE3) disparou 7,1%, após analistas do Bank of America elevarem a recomendação da produtora de grãos e oleaginosas a “compra”, de “neutra”.

Com Reuters

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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