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Ibovespa (IBOV) tem início de semana ruim; Americanas (AMER3) volta a assustar e despenca mais de 30%

16 jan 2023, 18:08 - atualizado em 16 jan 2023, 18:24
Ibovespa
Ibovespa abre semana em queda, tendo Americanas como a maior baixa do pregão (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) começou a semana sob pressão, com mais uma baixa da Americanas (AMER3) no centro do noticiário do mercado financeiro.

Sem suporte de Wall Street, o índice de referência da Bolsa brasileira caiu 1,53% nesta segunda-feira, a 109.212,66 pontos. No pregão, as ações da Americanas derraparam 38% em meio aos desdobramentos da saga dos R$ 20 bilhões em inconsistências contábeis detectados no balanço da companhia.

A relação entre os acionistas e os credores está estremecida, criando um cenário ainda mais nebuloso em relação ao futuro da varejista.

Na sexta, a Americanas conseguiu decisão liminar que a protege por 30 dias contra o vencimento antecipado de dívidas. O prazo permite que a companhia acerte um acordo com os credores ou entre com pedido de recuperação judicial.

Eventuais alterações no balanço da varejista decorrentes do anúncio das inconsistências de R$ 20 bilhões, segundo a decisão, “poderão repercutir no grau de endividamento da empresa e no capital de giro mínimo (…) acarretando o descumprimento de cláusulas de covenants financeiros culminando no vencimento antecipado de dívidas da ordem de R$ 40 bilhões”.

Hoje, a varejista soltou fato relevante comunicando a contratação do Rothschild & Co como interlocutor da companhia no processo de renegociação de dívidas, a nível Brasil e internacional.

Além da Americanas, as ações de commodities fizeram pressão adicional no Ibovespa. A Petrobras (PETR4) terminou o dia em baixa de 2,16%, enquanto a Vale (VALE3) recuou 1,67%.

Entre as maiores altas, Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) saltaram 12,24% e 10,55%, respectivamente. Régis Chinchila e Luis Novaes, analistas da Terra Investimentos, avaliam que a valorização das ações pode estar ligada ao fato de ambas as empresas terem explicado como estão contabilizadas suas operações de risco sacado, reduzindo os temores do mercado quanto à possibilidade de que a alavancagem do setor fosse maior do que o demonstrado (que é o caso da Americanas).

“Os aspectos macroeconômicos também estão favorecendo o setor nos últimos dias. As primeiras medidas anunciadas pela equipe econômica e dissipação da instabilidade política vivida nos últimos meses resultaram numa perspectiva de juros menores no futuro, e isso é importante para o setor”, acrescentam.

Apesar disso, Chinchila e Novaes não acreditam que esse movimento seja o início da recuperação do setor de varejo de e-commerce.

“Os indicadores de atividade do setor ainda demonstram que o consumo está baixo e os juros altos devem continuar penalizando os resultados das empresas nas próximas divulgações”, afirmam os analistas.

Medidas econômicas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desembarcou na Suíça nesta segunda na companhia de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente. Os dois participam do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Em entrevista a jornalistas, Haddad destacou a intenção de reforçar o compromisso de sustentabilidade fiscal e ambiental. O ministro também mencionou o recado político que deseja passar para o mundo após os ataques de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro contra os Três Poderes.

“Primeiro, o recado político e o compromisso do Brasil em dar suporte à jornada democrática do mundo, ao combate a todo tipo de extremismo que vem dando a tônica no último período”, disse, no evento.

Na última semana, Haddad apresentou as medidas fiscais adotadas pelo governo para ajustar as contas.

As medidas anunciadas pelo ministro contam com um plano de ajuste de até R$ 242,7 bilhões nas contas de 2023, o que faria o resultado primário reverter o déficit previsto atualmente e fechar o ano no azul.

Confira a seguir as medidas anunciadas pelo ministério:

  • Aproveitamento de crédito do ICMS, com impacto de R$ 30 bilhões
  • Aumento do PIS/Cofins sobre receita financeira (R$ 4,4 bilhões)
  • Aumento do PIS/Cofins sobre combustíveis (R$ 28,88 bilhões)
  • Efeito permanente do incentivo à redução da litigiosidade no Carf, de R$ 15 bilhões
  • Efeito permanente do incentivo à denúncia espontânea (R$ 5 bilhões)
  • Incentivo extraordinário à redução da litigiosidade no Carf (R$ 35 bilhões)
  • Incentivo extraordinário à denúncia espontânea (R$ 15 bilhões)
  • Receitas primárias com ativos do PIS/Pasep (R$ 23 bilhões)
  • Efeito permanente de revisão de contratos e programas
  • Autorização de execução inferior ao autorizado no Orçamento de 2023

Também movimentou o mercado nesta segunda a notícia de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria avaliando aumentar o salário mínimo de 2023 acima do valor de R$ 1.320, uma das promessas de sua campanha.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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