Banco Central Europeu (BCE)

Impacto das altas de juros na inflação ainda é modesto, mas deve crescer, diz boletim do BCE

15 maio 2023, 10:19 - atualizado em 15 maio 2023, 10:19
Macro, BCE
“Espera-se que a maior parte do impacto na inflação seja observada no período de 2023 em diante, com o pico do impacto em 2024”, disse o BCE (Imagem: REUTERS/Wolfgang Rattay)

Os rápidos aumentos dos juros pelo Banco Central Europeu reduziram a inflação de forma modesta no ano passado, mas o maior impacto é esperado apenas em 2024, disse o BCE em um artigo do Boletim Econômico nesta segunda-feira, reafirmando a visão de que a política monetária funciona com grandes defasagens.

O BCE elevou os juros em um total de 375 pontos-base desde julho para conter a inflação, que atingiu dois dígitos no outono (no Hemisfério Norte) do ano passado e levará até 2025 para cair de volta à meta de 2% do banco.

“Espera-se que a maior parte do impacto na inflação seja observada no período de 2023 em diante, com o pico do impacto em 2024”, disse o BCE.

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“Estima-se que o aperto da política monetária tenha reduzido a inflação em cerca de 50 pontos-base em 2022, enquanto o impacto de baixa na inflação deve ser de uma média de cerca de 2 pontos percentuais no período 2023-25”, acrescentou.

A inflação ainda é de 7% nos 20 países que compartilham o euro e o crescimento dos preços subjacentes está se tornando cada vez mais persistente, sugerindo que sua desaceleração será prolongada, mesmo com a queda dos preços de energia e commodities.

O BCE acrescentou que o impacto dos aumentos de juros no crescimento é mais rápido e o banco já está reduzindo a atividade, o que, por sua vez, esfria a demanda e segura os aumentos de preços.

“A transmissão para a atividade econômica é mais rápida, com previsão de que impacto no crescimento do PIB atinja o pico em 2023 e um impacto de baixa de 2 pontos percentuais em média no período 2022-25”, acrescentou o BCE.

A política monetária normalmente funciona com defasagem de 12 a 18 meses e algumas autoridades usaram esse argumento para desacelerar o ritmo de aumentos de juros para 25 pontos-base neste mês, argumentando que movimentos anteriores ainda estão no caminho de impactar a economia.