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Minerva (BEEF3) ainda é ‘compra’? BTG corta preço-alvo em meio à fase ruim dos frigoríficos

11 abr 2023, 17:35 - atualizado em 11 abr 2023, 17:35
Minerva Foods
Resultados decepcionantes no 4T22, fracos indicadores no 1T23 e embargo das exportações à China deve reduzir margens da Minerva em 2023 (Imagem: Gustavo Kahil/ Money Times)

O BTG Pactual atualizou a tese de investimento da Minerva (BEEF3) em função dos resultados decepcionantes da companhia no quarto trimestre de 2022 (4T22) e os fracos indicadores de preços e volumes para carne bovina no primeiro trimestre de 2023 (1T23).

Na avaliação do banco, o embargo das exportações brasileiras de carne bovina à China e a deterioração do ambiente de negócios na Argentina deve se traduzir em receita e margens menores no início deste ano.

O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) esperado para a Minerva em 2023 foi reduzido em 13%, para R$ 3,1 bilhões, e implica em uma recuperação substancial da margem a partir do segundo trimestre.

Importância da China

De acordo com o banco, desde 2019, o avanço da inflação global de alimentos e a consolidação da China como um mercado de carne bovina levaram as receitas da Minerva a uma CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 11%.

Em 2022, o banco esperava que os preços continuassem fortes, apoiados pela demanda chinesa e pela queda na produção de carne bovina dos Estados Unidos, e que a Minerva atingisse maiores volumes com o aumento da disponibilidade de gado no Brasil.

No entanto, no 4T22, as expectativas foram frustradas pelo preço abaixo da média da carne bovina (-13% ano/ano e trimestre/trimestre).

No 1T23, o banco projeta uma queda dos preços médios de 11% no comparativo anual por conta das menores importações da China, enquanto há perspectiva para que os volumes cresçam 4% na comparação ano a ano. Ou seja, até que a China aumente os preços, isso torna o cenário mais dependente da expansão da margem.

Cenário de margens fortalecidas

Os períodos de abate mais relevantes de matrizes (vacas reprodutoras) historicamente levaram a margens mais altas para os frigoríficos. Por essa razão, o BTG espera que a Minerva expanda sua margem em 2023 e 2024, especialmente no Brasil.

A forte margem bruta de 19,6% no segundo semestre de 2022 superou as expectativas. Contudo, maiores despesas limitaram os resultados operacionais. No 1T23, o banco acredita que o mesmo padrão pode ocorrer, mas com menores spreads bovinos afetando as margens brutas, devido às menores margens de exportação após a proibição da China e menores exportações da Argentina.

A projeção do BTG é de margem bruta de 17,8% e margem Ebitda de 8,4% no 1T23. No entanto, embora pareça razoável presumir que os spreads irão melhorar com a retomada das exportações do Brasil para a China, há um temor sobre um processo gradual, com resultados melhorando apenas de forma mais significativa no segundo semestre de 2023.

Recomendação de compra

O BTG reduziu o preço-alvo de 12 meses, passando de R$ 20 para R$ 15, mas manteve a recomendação de compra para a Minerva.

De acordo com o banco, esse é um momento difícil para os investidores que estão procurando oportunidades no setor de proteínas.

“Esperamos que isso continue por algum tempo”, diz o BTG.

No entanto, existe uma preferência do banco por Minerva em relação a JBS (JBSS3), BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3).

“Minerva continua sendo uma história mais segura em relação a seus pares locais, em nossa opinião, portanto, nossa preferência permanece”, completa.

De acordo as novas estimativas, a ação está sendo negociada atualmente a 4,1x EV/EBITDA (valor da empresa sobre Ebitda) para 2023, o limite inferior da faixa histórica, com um índice de alavancagem líquida de 2,2x no final do ano.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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