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Invasor da Poly Network diz que hackeou “só por diversão”

12 ago 2021, 12:16 - atualizado em 12 ago 2021, 12:43
Hacker cibersegurança
Além do roubo e da devolução parcial dos ativos, o hacker realizou uma sessão do tipo “pergunte-me qualquer coisa” para responder questões sobre seus planos e motivações relacionados ao hack (Imagem: Unsplash/Clint Patterson)

A saga do maior roubo da história do setor DeFi continua. Conforme noticiado pelo Decrypt, o hacker devolveu US$ 342 milhões, segundo exploradores de blockchain, aos endereços de carteiras disponibilizados pela Poly Network.

A maior parte dos fundos devolvidos fazem parte da carteira da Binance Smart Chain, que recebeu US$ 252,5 milhões em cripto.

Nesse valor estão incluídos US$ 120 milhões na stablecoin Binance USD (BUSD), US$ 83,55 milhões em tokens da Ethereum, US$ 46,37 milhões em bitcoin (BTC) e US$ 2,59 milhões em Binance Coin (BNB).

Além disso, a carteira da Poly Network no Polygon recebeu US$ 85 milhões na stablecoin US Dollar Coin (USDC).

Por outro lado, a carteira da Ethereum foi a que menos recebeu os ativos devolvidos. Até agora, foram enviados de volta à carteira US$ 2 milhões em Shiba Inu (SHIB), US$ 1,23 milhão no token UNI, da Uniswap, US$ 652 mil em bitcoin e US$ 616 mil na stablecoin FEI – totalizando US$ 4,49 milhões. 

Porém, uma quantia significativa dos fundos ainda falta ser devolvida. Os US$ 267 milhões restantes estão na carteira da Ethereum do hacker, sendo US$ 96,94 milhões em DAI, US$ 89,97 milhões em tokens ETH, US$ 46,57 milhões em bitcoin e US$ 33,42 milhões em tether (USDT).

O hacker, além de realizar o roubo e devolver parte dos fundos, fez uma sessão do tipo “pergunte-me qualquer coisa”, em que respondeu a questões sobre seus planos e motivações relacionados ao hack.

O invasor respondeu às perguntas de um modo típico de cripto, mantendo as informações no próprio blockchain e inserindo as informações para as questões como “dados de entrada”, em transações na rede Ethereum enviadas para sua própria conta. 

No entanto, uma das respostas do invasor causou estranhamento. Segundo ele, o objetivo do hack era ensinar uma lição à Poly Network, dizendo que devolver os ativos roubados “sempre foi o plano”.

A decisão da devolução dos fundos foi comunicada pelo invasor à meia-noite dessa quarta-feira (11) também em uma mensagem de uma transação enviada a ele próprio.

A mensagem do hacker dizia: “Comuniquei a decisão de devolver [os fundos] antes da meia-noite, para que as pessoas que acreditavam em mim tivessem um bom descanso”.

Quando questionado do porquê da demora para a devolução completa dos fundos, o invasor afirmou estar negociando com a equipe da Poly Network. Em um tom aparentemente jocoso, ele afirmou que esse era o único modo de provar sua dignidade enquanto escondia sua identidade. 

Além disso, a atitude do invasor levantou questões se ele não seria membro da Poly Network, mas ele negou, dizendo que “agora todos parecem achar que é uma conspiração”.

Ensinado uma lição de US$ 600 milhões

Segundo o Decrypt, o invasor também comentou a reação da Poly Network após seu hack, dizendo que a rede incitou “os outros a me culpar e odiar antes que eu tivesse a chance de responder”.

Em outra resposta, o hacker descreveu seu impasse antes de realizar o roubo:

“Quando percebi a falha, tive um sentimento ambíguo. Pergunte a você mesmo o que você faria se visse tanta fortuna. Você perguntaria à equipe do projeto de modo educado para que eles pudessem consertar o problema? Qualquer um poderia ser o traidor com um bilhão. Não posso confiar em ninguém! A única solução que encontrei foi guardar [o dinheiro] em uma conta segura.”

Além disso, quando questionado sobre o envio de 13,37 ETH (US$ 42,3 mil) para a conta que alertou o hacker sobre o congelamento do tether (USDT) roubado, o invasor disse que “Sentiu o carinho da comunidade da Ethereum” e que decidiu compartilhar sua boa vontade com a pessoa que o alertou. Para a pergunta sobre por que hackear a rede, o invasor respondeu: “Por diversão.”

Repórter
Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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