Coluna da Devant

IPCA: A influência do índice no corte da taxa Selic

07 ago 2023, 16:34 - atualizado em 07 ago 2023, 16:34
Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A primeira deflação de 2023 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,08%, em junho, e veio abaixo da projeção, que era de 0,10%. Sendo assim positivo para um cenário de corte de juros.

O temor pela volta da inflação é algo que preocupa muito o Banco Central do Brasil (BCB), tendo que conseguir o equilíbrio entre reduzir a taxa Selic para estimular a economia brasileira, mas sem gerar pressão na inflação, depois de uma luta muito dura e árdua para enquadrá-la dentro da meta.

Selic e a inflação

Primeiramente, deve-se entender que, para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic.

Até semana passada, a taxa estava em 13,75% desde agosto de 2022. A equipe técnica do BC optou por manter a taxa de juros no mesmo nível por seis decisões consecutivas, o que representa o maior nível desde novembro de 2016, quando também estava nesse mesmo patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano, segundo o boletim Focus. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de que a Selic chegue a 8,50%.

O patamar da Selic é motivo de divergência entre o Governo Federal e o Banco Central. Quando o Copom aumenta a taxa básica, a finalidade é conter a demanda aquecida. Isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Nesse sentido, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Pode ser que o governo não endosse o ritmo da política monetária, como se o único ponto para acelerar a demanda seja a queda da Selic, mas as empresas poderão, enfim, tirar das gavetas projetos que estavam parados, por conta do alto custo de captação.

Helio Pio é sócio da Devant Asset. Com mais de 19 anos de experiência no mercado financeiro, iniciou sua carreira na mesa de operações da Investshop Corretora, do Banco Bozano Simonsen. Em seguida, tornou-se sócio e head das mesas de operações da Ágora Corretora. Após a aquisição da Ágora pelo Banco Bradesco de Investimentos, foi head das áreas de Distribuidores Externos (Agentes Autônomos), Educação e Comercial nas corretoras Ágora e Bradesco Corretora. Na Órama Investimentos, foi sócio e atuou na criação do modelo de parcerias com assets, gestores de carteiras administradas, consultores CVM, financeiras, DTVMs e agentes autônomos. É formado em Marketing, com especializações em Advanced Corporate Finance pelo New York Institute of Finance e Digital Marketing pela Harvard Business School.
Helio Pio é sócio da Devant Asset. Com mais de 19 anos de experiência no mercado financeiro, iniciou sua carreira na mesa de operações da Investshop Corretora, do Banco Bozano Simonsen. Em seguida, tornou-se sócio e head das mesas de operações da Ágora Corretora. Após a aquisição da Ágora pelo Banco Bradesco de Investimentos, foi head das áreas de Distribuidores Externos (Agentes Autônomos), Educação e Comercial nas corretoras Ágora e Bradesco Corretora. Na Órama Investimentos, foi sócio e atuou na criação do modelo de parcerias com assets, gestores de carteiras administradas, consultores CVM, financeiras, DTVMs e agentes autônomos. É formado em Marketing, com especializações em Advanced Corporate Finance pelo New York Institute of Finance e Digital Marketing pela Harvard Business School.
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