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IRB (IRBR3): Com oferta, Inter corta preço-alvo duas vezes em menos de uma semana

02 set 2022, 16:09 - atualizado em 02 set 2022, 16:09
IRB
Inter manteve recomendação “neutra” para o IRB (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

Menos de uma semana após atualizar o preço-alvo do IRB (IRBR3), o Inter voltou a cortar o valor da ação.

A redução veio com o fim do processo de precificação da oferta pública subsequente de distribuição primária de ações, com esforços restritos de distribuição.

A operação resultou em um preço de R$ 1 por ação, com a emissão de 1,2 milhão de novas ações. Com isso, a oferta totalizou R$ 1,2 bilhão.

Na avaliação do Inter, a precificação trouxe um efeito neutro, uma vez que o preço indicativo era de R$ 2,01 (melhor cenário para o IRB) e o limite era de R$ 0,67 (pior cenário para a resseguradora).

Em relatório publicado no último domingo (28), o Inter realizou um teste de cenário, chegando à conclusão de que, com a oferta saindo a R$ 0,67 por ação, o preço-alvo seria reduzido a R$ 0,80. Saindo a R$ 2,01, o valor estipulado seria de R$ 1,40.

Como o preço veio a R$ 1, o Inter reduziu o alvo da ação de R$ 2 a R$ 1,20. A recomendação foi mantida em “neutra”.

A oferta de ações chega para fazer frente à adequação regulatória junto à Superintendência de Seguros Privados (Susep), após os resultados do segundo trimestre mostrarem solvência abaixo do mínimo regulatório.

Além da oferta, o IRB levantou recursos com a venda do imóvel onde estava localizada a sede, no Rio de Janeiro, por R$ 85,3 milhões. A resseguradora também receberá R$ 100 milhões como fechamento do acordo judicial com a Casashopping.

Os novos papéis serão negociados na B3 a partir de 5 de setembro, e a liquidação física e financeira das ações ocorrerá no dia 6 de setembro.

O novo capital social do IRB passa a ser de R$ 5 ,4 bilhões, dividido em 2,4 bilhões de ações ordinárias e uma ação preferencial de classe especial e titularidade da União, a golden share.

Recuperação adiada

O Inter destaca que, apesar dos menores índices de sinistralidade e melhores margens de underwriting (efeitos da reestruturação), o IRB foi surpreendido no segundo trimestre do ano por uma causa atípica no segmento do agronegócio, que, por conta de efeitos climáticos, reportou sinistralidade maior no período.

Segundo a instituição, a recuperação só deve chegar em 2023.

“Apesar do efeito atípico no primeiro semestre de 2022, esperamos para 2023 uma expectativa de virada no resultado na companhia, que já deverá contar com menores efeitos de contratos não-rentáveis e uma sinistralidade normalizada (já que os efeitos atípicos no rural foram por conta do período de seca vivenciado em 2021), além, claro, de um ramo de vida normalizado, com a vacinação controlando os óbitos por Covid-19”, afirma Matheus Amaral, no relatório do dia 28.

O analista reforça que a situação de lucratividade do IRB continua sensível. Até a companhia mostrar resultados mais consistentes, com melhores indicadores operacionais, o Inter prefere adotar uma postura de cautela em relação à ação.

O IRB lidera as perdas do Ibovespa nesta sexta-feira (2). Renovando mínimas históricas, o papel afundava 14,29% perto das 15h55, negociado a R$ 1,20. Na maior baixa do dia, a ação chegou a atingir R$ 1,08.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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