Comprar ou vender?

Janela para BNDES vender R$ 50 bilhões em ações da Petrobras, JBS, Suzano e Klabin está se abrindo, diz Guide

19 ago 2020, 19:26 - atualizado em 20 ago 2020, 0:08
Recuperação: alta dos mercados pode abrir uma janela de oportunidades para o BNDES retomar o desinvestimentos em empresas como JBS e Petrobras (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

Ao que parece, o pior da crise causada pelo coronavírus ficou para trás. Com a taxa básica de juros (Selic) na mínima histórica (2%) e a retomada da economia, o mercado de ações ganhou impulso e recuperou parte do terreno perdido na pandemia.

Dessa forma, abriu-se uma janela de oportunidades para que o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) volte como o processo de venda da sua participação em empresas, como Petrobras (PETR3;PETR4), JBS (JBSS3), Suzano (SUZB3) e Klabin (KLABN3), interrompido durante a baixa dos mercados provocada pela Covid-19, destaca a Guide em relatório enviado a clientes.

“Com a recuperação no preço dos ativos, torna-se novamente atrativo seguir em frente com o desinvestimento, disponibilizando um montante maior de recursos para fazer uma frente à crise da Covid-19”, afirmou.

Até o momento, o BNDES obteve um fluxo de R$ 3 bilhões pela venda de ações da Marfrig (MRFG3) e aumentou sua receita com o recebimento de R$ 450 milhões pelos papéis da Light (LIGT3). Além disso, o banco se desfez de R$ 23 bilhões em ações da Petrobras.

Recentemente, em linha com o rali que se verificou desde meados de março, o BNDESPar, em julho e agosto, garantiu, respectivamente, R$ 1,2 bilhão e R$ 8,1 bilhões com venda de parte da participação na AES Tietê (TIET11) e na Vale (VALE3).

Veja a seguir como está situação de cada empresa:

Petrobras

Mesmo após a realização da venda de participações na petroleira, o banco de fomento ainda detém uma parcela considerável de 8% do capital da empresa. Em valores monetário, está participação equivale a R$ 23 bilhões de reais.

Nos estágios iniciais da crise, o papel preferencial da empresa (que é onde o BNDESPar detém a maioria de sua participação) despencou 63,04% ao ir de R$ 30,54 para R$ 11,29. Desde então, recuperou parte das perdas, valorizando 92,92% para R$ 21,78.

“Ao contrário do que ocorreu com a Petrobras, o setor de papel e celulose já recuperou todas as perdas registradas desde o início da crise”, afirmou a Guide (Imagem: YouTube/Klabin)

“A crise da covid-19, geradora de uma intensa queda na demanda por petróleo em âmbito internacional, proporcionou um ambiente altamente desafiador para a petroleira”, afirmou a Guide.

Suzano e Klabin

O BNDES detém uma participação de 11,04% no total do capital da Suzano, o que significa 150 milhões de ações que, aos preços de mercado verificados até o momento, equivalem a R$ 6,4 bilhões.

Já no caso da Klabin, a participação é na ordem de 5,20% no capital da companhia, onde 2,83% diz respeito às ações ordinárias e 6,57% às ações preferenciais.

Apesar das quedas recentes, os papéis da empresa já recuperaram todas as perdas da crise, passando por uma valorização de 62,35% em suas ações preferencias, sendo atualmente negociada em torno dos R$ 4,30.

“Ao contrário do que ocorreu com a Petrobras, o setor de papel e celulose já recuperou todas as perdas registradas desde o início da crise”, afirmou.

JBS

O BNDES mantém uma participação de 21,32% no capital da companhia, ou seja, detém 936 milhões das ações em circulação que, aos preços vigentes no mercado, valem em torno de R$ 20,5 bilhões.

Durante a crise, os papéis da empresa se desvalorizaram em 37,13%, indo de R$ 26,19 para R$ 16,46. De lá para cá, assim como o Ibovespa, houve uma recuperação da ordem de 36,62%, sendo negociado atualmente em R$ 21 por ação.

“Com isto, observa-se que os papéis da empresa, assim como os da Petrobras e ao contrário dos das empresas do setor de papel e celulose, ainda estão consideravelmente abaixo dos patamares pré-crise”, pontuou a corretora.

Para a Guide, a disparada do dólar e os resultados financeiros fracos por conta do surgimento de casos de covid-19 em alguns frigoríficos nos EUA e no Brasil inibiram uma retomada veloz da produção.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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