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JBS é pressionada a parar de comprar gado ilegal da Amazônia

03 maio 2021, 8:35 - atualizado em 03 maio 2021, 8:37
jbs
Mais de 57 mil assinaturas de pessoas de 84 países da petição “Diga à JBS para não comprar gado ilegal da Amazônia” foram entregues à diretoria da JBS pela Anistia Internacional (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Na última semana de abril, a JBS (JBSS3), reconhecida como a maior produtora de carne bovina do mundo, foi pressionada pela Anistia Internacional a interromper a compra de gado bovino que tenha pastado ilegalmente em área protegidas na Amazônia.

Com índices de desmatamento batendo recordes sucessivos e quando os olhos do mundo se voltam cada vez mais para a Amazônia brasileira, especialmente após a Cúpula do Clima, promovida por Joe Biden, em que o presidente Jair Bolsonaro prometeu eliminar o desmatamento ilegal na maior floresta tropical do mundo até 2030.

“A conservação da Amazônia passa também pela proteção das populações que habitam a região. Exigimos o fim das violações de direitos humanos de brasileiros e brasileiras que vivem lá”, afirma Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil.

Eletronicamente a entidade entregou mais de 57 mil assinaturas de pessoas de 84 países da petição “Diga à JBS para não comprar gado ilegal da Amazônia”, à diretoria da empresa.

“A JBS precisa assumir um compromisso público em parceria com seus fornecedores, para indenizar indígenas e moradores das áreas protegidas onde houve criação de gado ilegal. A criação de gado ilegal favorece outras práticas também associadas às violações de direitos humanos como a grilagem, a invasão de terras e o desmatamento”, complementa Werneck.

Da Floresta à Fazenda

Unidade da JBS na Austrália JBSS3
Em 2019, a empresa comprou gado criado em fazendas ilegais no estado amazônico de Rondônia, segundo o relatório lançado pela Anistia (Imagem: LinkedIn/JBS)

Paralelamente, a Anistia Internacional lançou a petição junto com o relatório Da Floresta à Fazenda , que denunciou a presença de gado criado de forma ilegal em áreas protegidas da floresta amazônica brasileira na cadeia da JBS.

O relatório revelou que, em 2019, a empresa comprou gado criado em fazendas ilegais no estado amazônico de Rondônia.

Localizadas em áreas protegidas, essas fazendas operavam ilegalmente na terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau e nas Reservas Extrativistas do Rio Jacy-Paraná e Rio Ouro Preto.

“Apresentamos neste documento uma associação entre destruição da floresta, a criação de gado e violações de direitos humanos que precisa parar urgentemente”, conclui a diretora-executiva.

Pecuária transparente

A JBS ressalta que tem tolerância zero com o desmatamento ilegal (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A JBS esclarece que os apontamentos que baseiam a referida petição são todos antigos e já foram esclarecidos. A empresa ressalta que tem tolerância zero com o desmatamento ilegal.

Há mais de 10 anos, possui um dos maiores sistemas de monitoramento de fornecedores do mundo, que monitora por imagens de satélites uma área superior ao território da Alemanha na região do bioma Amazônia.

E para continuar avançando no que diz respeito a principal demanda setorial da pecuária brasileira: o monitoramento dos elos anteriores da cadeia de fornecimento , a JBS acaba de anunciar o início das operações da Plataforma Pecuária Transparente.

A ferramenta conta com tecnologia blockchain para estender aos fornecedores dos nossos fornecedores diretos os mesmos critérios de monitoramento socioambiental da nossa Política de Compra Responsável, com segurança dos dados, confiabilidade e engajamento dos produtores.

Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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