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Jeremy Allaire, cofundador da Circle, fala sobre USDC e integração a blockchains

23 set 2020, 11:28 - atualizado em 23 set 2020, 11:28
USDC é a segunda maior stablecoin (moeda com valor estável) do mercado, atrás apenas de tether (USDT) (Imagem: Crypto Times)

Jeremy Allaire, cofundador e CEO da Circle, passou décadas envolvido com tecnologias de última geração.

Antes de criar a empresa de pagamentos cripto Circle, ele fundou uma empresa durante os dias difíceis no início da internet, chamada de Allaire Corporation, para criar software de desenvolvimento para a nascente internet.

Para criar a stablecoin USD Coin (USDC) da CENTRE, Allaire pegou um componente desse manual: interoperabilidade.

A stablecoin USDC, considerada por alguns como um “criptodólar”, já que seu valor é pareado ao dólar americano, garantindo certa estabilidade, foi criada em 2018 pela Circle em conjunto com a corretora Coinbase.

Ambas as empresas criaram o consórcio CENTRE, que estabelece padrões para a listagem de moedas fiduciárias em forma digital.

“Você não poderia usar apenas a internet no Windows”, disse Allaire em uma entrevista. “Precisamos de cada vez mais suporte para USDC em blockchains diferentes.”

Recentemente, o consórcio CENTRE anunciou que Algorand, assim como a Ethereum, seria um dos blockchains apoiados para escalar melhor a USDC.

O fornecimento da stablecoin ultrapassou US$ 2,4 bilhões, tornando-a no segundo maior ecossistema atrás de Tether (USDT). O fornecimento do token aumentou 362% ao longo do ano passado, segundo o gráfico abaixo:

Fornecimento do USDC (Imagem: Coin Metrics, The Block Research)

Em entrevista ao The Block, Allaire se recusou a comentar mais sobre quantos blockchains USDC irá apoiar a curto prazo, mas ele disse que o principal objetivo do projeto é que seja um protocolo que funcione em diferentes blockchains.

USDC não é a única que tomou essa abordagem — Tether apoia inúmeros blockchains, incluindo Tron, Ethereum e Solana.

Ainda assim, Circle está lançando um mecanismo de câmbio de tokens entre blockchains.

O serviço permitirá que um desenvolvedor, por exemplo, conecte uma interface de programação de aplicações (APIs) do Circle e migrar suas USDCs entre diferentes blockchains — de início, entre Algorand e Ethereum.

Até hoje, grande parte do crescimento da USDC foi impulsionado pelos casos de uso de negociação e as finanças descentralizadas (DeFi).

Usuários de cripto podem investir suas USDC em plataformas descentralizadas e centralizadas em busca de um rendimento de tokens, por exemplo.

No futuro, Allair espera uma maior adesão dos “criptodólares” entre empresas de tecnologia financeira (fintechs) e bancos. A recente orientação do Escritório do Controlador da Moeda dos EUA (OCC) poderia acelerar essa adesão.

Nessa segunda-feira (21), a reguladora dos EUA afirmou que bancos nacionais e associações federais de poupança podem deter fundos de reserva para alguns emissores de stablecoins — mais especificamente, aqueles que lastreiam seus tokens em proporção 1:1 com reservas denominadas em fiduciárias (moedas nacionais).

Bancos já estavam envolvidos em atividades com stablecoins. USDC depende do Bancorp para deter reservas ligadas a USDC, por exemplo.

Ainda assim, Allaire disse que a notícia é um bom momento para o conceito dos criptodólares, sinalizando aos amplos mercados que são uma “inovação significativa como um grande bloco de construção para participantes do mercado financeiro”.

“Para muitos bancos, você pode testar uma ideia e o compliance é algo meio ‘eu não sei se podemos mexer nisso’”, disse ele. “E eles não farão nada até saberem que está OK.”

Conforme stablecoins crescem, empresas como USDC e Libra precisarão de mais parceiros bancários no mercado.

“Como será quando você tiver um serviço de pagamentos mais significativo, quando você tiver dezenas de bilhões de stablecoins?”, perguntou ele. “A capacidade de deter essas reservas deve aumentar.”

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