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Lula embarca em direção à China no domingo para reaproximar Brasil do seu principal parceiro comercial

24 mar 2023, 15:01 - atualizado em 24 mar 2023, 15:01
Lula
Missão do presidente no país asiático é de estreitar relações diplomáticas e econômicas, além de alavancar novos negócios entre os países (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca neste domingo (26) para a China, juntamente com uma Comitiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) com centenas de empresários, além de governadores, senadores, deputados e ministros. A programação inclui visitas, conversas bilaterais, eventos oficiais e assinaturas de diversos acordos.

Inicialmente, a viagem estava programada para este sábado. N entanto, o presidente foi diagnosticado com uma pneumonia leve. Ele teria se sentido cansado no retorno do Rio de Janeiro, onde fez uma visita ao Complexo Naval de Itaguaí, e foi ao Sírio Libanês em Brasília.

A recomendação médica é de que Lula fique de repouso. Por causa disso, a viagem em direção à China foi adiada para domingo (26).

Pautas em debate

O objetivo do governo brasileiro é promover o relançamento das relações com aquele que é o principal parceiro comercial do país desde 2009. Em 2022, a China importou mais de US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios, e exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume comercializado, US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país, em 2004.

O Brasil, principal exportador de produtos agropecuários para a China, volta a vender carne bovina ao país asiático, após o fim da suspensão das exportações, que durou um mês, depois do registro de um caso atípico de “mal da vaca louca”. Mais de 100 empresários do setor agropecuário fazem parte da comitiva que acompanha o presidente Lula.

Os programas brasileiros de combate à fome, de proteção ao meio ambiente e de desenvolvimento sustentável, além do turismo entre os dois países são outras áreas de destaque na pauta do evento.

Nas relações bilaterais, pelo menos 20 acordos bilaterais deverão ser assinados durante a visita. Um deles será para a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construídos em parceria entre Brasil e China. O diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica mesmo com nuvens.

Agenda

Os principais eventos diplomáticos da viagem acontecem no dia 28 em Pequim, quando Lula terá reuniões com o presidente da China, Xi Jinping, com o Primeiro-Ministro da China, Li Qiang, e com o Presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji. A pauta bilateral irá envolver comércio, investimentos, reindustrialização, transição energética, mudanças climáticas, acordos de cooperação e paz.

O dia 29 será dedicado a um evento empresarial promovido pela Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível e pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, com a participação de mais de 240 empresários brasileiros. Também haverá um evento no dia 27, promovido pelo Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), com cerca de 100 empresários.

No dia 30, o presidente Lula vai a Xangai para visitar a sede do Novo Banco de Desenvolvimento, entidade criada pelos BRICS (grupo formado por Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul) para o fomento de projetos em países em desenvolvimento.

Relações internacionais

A visita faz parte da reconstrução das relações internacionais do novo governo brasileiro, que inclui as viagens já feitas à Argentina, onde também ocorreu a reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), ao Uruguai e aos Estados Unidos, além as reuniões com líderes europeus que vieram para a posse em janeiro. Será também a primeira visita fora do hemisfério ocidental.

O presidente Lula também será o primeiro chefe de Estado a ser recebido pelo presidente chinês Xi Jinping desde que ele foi novamente reeleito para o cargo pela Assembleia Popular Nacional, o parlamento do país, em março deste ano.

Esta será a terceira visita oficial do presidente brasileiro à China. A relação entre os dois países se estreitou – e a balança comercial passou a crescer de forma contínua e sustentada – desde 2004, com a primeira visita do presidente Lula a Pequim. A segunda vez foi em 2009.

Parceria Brasil-China

Em 2023, Brasil e China completam 50 anos de relações comerciais. A primeira venda entre os dois países aconteceu em 1973. No ano seguinte, foram formalizadas as relações diplomáticas sino-brasileiras.

Em 2022, o produto brasileiro mais vendido para o mercado chinês foi a soja, com 36% do total exportado, seguido pelo minério de ferro com 20% e o petróleo com 18%. O perfil da exportação mudou um pouco em janeiro e fevereiro de 2023, com o petróleo na liderança com 23%, seguido pela soja, com 22% e o minério de ferro, de 21%.

O comércio com a China foi alavancado nos dois primeiros mandatos do presidente Lula. Em 2003, seu primeiro ano na presidência, as exportações para o mercado chinês somavam apenas US$ 4,5 bilhões e as importações, US$ 2,1 bilhões, um volume comercial de US$ 6,6 bilhões.

No último ano do segundo mandato, em 2010, as exportações tinham crescido 582%, para US$ 30,7 bilhões, as importações foram para US$ 25,6, aumento de 1.100%, para um volume comercial de US$ 56,3 bilhões e crescimento de 753%.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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