Estados Unidos (EUA)

Mercado de trabalho segue acelerado mesmo com alta na taxa de desemprego

02 set 2022, 12:07 - atualizado em 02 set 2022, 12:07
Auxílio-desemprego EUA
A taxa de desemprego subiu de 3,5% para 3,7%. (Imagem: REUTERS/Shannon Stapleton/File Photo)

O mercado de trabalho nos Estados Unidos continua aquecido. Em agosto, foram criadas 315 mil vagas de emprego, acima da projeção de mercado de +300 mil postos. O que surpreendeu o mercado foi a alta na taxa de desemprego, que passou de 3,5% para 3,7%.

Para Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, o payroll veio bem próximo do esperado, mas trouxe euforia para os mercados porque as vagas criadas vieram bem abaixo dos últimos dados divulgados – em julho, foram 526 mil postos.

Ainda assim, os dados não são tão surpreendentes. “O dado de Payroll divulgado hoje não surpreende. Pois os dados de ADP, prévia do Payroll, já haviam antecipado um número de criação de vagas bem abaixo do esperado.”

O que mais chamou a atenção mesmo foi a taxa de desemprego que veio acima do esperado e o salário médio por hora que veio abaixo das projeções.

Os ganhos médios por hora do trabalhador americano subiram 0,3% em agosto ante julho e avançaram 5,2% em relação a agosto de 2021, equivalente a US$ 32,26 por hora, em média.

“Apesar do mercado de trabalho apertado, temos sinais de que a inflação está arrefecendo um pouco, o que ajuda o Fed. Isso trouxe ânimo para o mercado, que vai virar os olhos para o dia 13, em que temos os dados do CPI, o número de inflação”, afirma Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed.

Reunião de setembro

O resultado do payroll dividiu as opiniões sobre os próximos passos do Federal Reserve. Os futuros do Fed funds ampliaram a probabilidade de uma alta de 0,50 ponto porcentual na reunião de setembro do Federal Reserve.

Segundo a CME Group, após a divulgação dos dados, a possibilidade de alta de 0,50 pp avançou para 38%, enquanto as apostas de alta de 0,75 pp caíram para 62%, mas seguem majoritárias.

Essa também é a visão de Michael Pearce, economista sênior da Capital Economics. Segundo ele, o ritmo mais lento dos ganhos da folha de pagamento em agosto, juntamente com a grande recuperação da força de trabalho e o aumento mais modesto dos salários, parecem favorecer um aumento menor de 0,50 pp base na taxa do Fed.

“Ao todo, os dados sugerem que as condições do mercado de trabalho estão começando a desacelerar mais acentuadamente, o que esperamos que contribua para um crescimento econômico mais fraco nos próximos anos. Com a flexibilização das condições do mercado de trabalho também contribuindo para pressões salariais mais fracas, isso ajudará a diminuir o aperto do Fed.”

No entanto, parte dos economistas seguem apontando que o Fed deve promover uma alta mais brusca.

“É inegável que o mercado de trabalho ainda permanece robusto, mesmo com o aumento marginal da taxa de desemprego”, afirma Alex Lima, estrategista-chefe da Guide Investimentos. “Sigo na linha que comentamos anteriormente: todas as atenções no CPI do dia 13. O 0,75 pp é possível, mas tudo vai depender da inflação.”

Siga o Money Times no Facebook!
Curta nossa página no Facebook e conecte-se com jornalistas e leitores do Money Times. Nosso time traz as discussões mais importantes do dia e você participa das conversas sobre as notícias e análises de tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Siga agora a página do Money Times no Facebook!

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.