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Mercosul é importante? Bom, se não fosse, o Brasil não estaria ganhando com o Egito

26 set 2022, 10:33 - atualizado em 26 set 2022, 10:33
Mercosul
Mercosul se dá bem no agronegócio ao negociar com outros países. Leia a coluna do Michel Alaby. (Imagem: Isac Nobréga/PR)

Sempre se discute a viabilidade do Mercosul, na maioria das vezes de modo mais depreciativo. Mas, quando se mergulha em alguns dados, há resultados interessantes, inclusive nas relações do bloco com terceiros países.

E mesmo que esses parceiros mundo afora não estejam no radar dos grandes mercados, servem de amostra para que os parceiros do Cone Sul insistam em outras frentes de negociação, como a emperrada com a União Europeia.

Vamos ao caso do Egito.

Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai têm um acordo comercial desde setembro de 2017, com reduções tarifárias no comércio entre os países.

Conforme dados coletados nas estatísticas de comércio exterior da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, as exportações brasileiras para o Egito no período de janeiro a agosto de 2022, totalizaram US$ 1,79 bilhão.

Superiores ao mesmo período de 2021 em 89% aos valores de US$ 949,07 milhões.

Com relação à carnes bovinas, o país árabe e africano, no período considerado acima, foi o 3º maior importador, atrás da China e dos Estados Unidos.

O valor das exportações no período atingiu US$ 308,15, milhões, superiores a 96% em relação ao mesmo período de ano de 2021, com US$ 157,09 milhões.

Com referência à importações, o volume de janeiro a agosto de 2022 atingiu a US$ 505,03 milhões, contra US$,541,97 milhões no mesmo período de 2021.

Mistura Brasil com Egito

Produção de fertilizantes egípcia é fundamental para a agricultura brasileira (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Destaque-se que o Egito é um dos principais produtores de fertilizantes e potássio, essencial para a agricultura brasileira.

Há isenção do imposto de importação.

Deve-se assinalar que o Egito implementou uma série de medidas para garantir o fornecimento de alimentos e de outros produtos, visando dar mais segurança aos exportadores estrangeiros e importadores egípcios.

Uma das exigências mais recentes foi a de obrigar aos importadores a emissão de cartas de crédito para importadores que comprem mercadorias do exterior.

Para os exportadores brasileiros é uma garantia de recebimento, uma vez entregue a mercadoria.

Foi criada também a janela única de comércio exterior egípcio (NAFEZA), centralizando todos os documentos de importação e exportação, inclusive com o uso de “blockchain”, com o objetivo de reduzir custos e tempo de desembaraço aduaneiro, possibilitando a entrega da documentação de importação, podendo ser feita antes da chegada do navio chegar ao Egito.

É um mercado em expansão, saindo de 97 milhões de pessoas para 105 milhões.

No segmento do agronegócio, há possibilidades de boas perspectivas de vendas para cortes de frangos, além das carnes bovinas nobres. Ademais, há possibilidades de exportação de frutas in natura e congeladas, produtos lácteos, gergelim, milho e processados como doces, panetones, refrescos, xarope de guaraná, mel e geleias.

Com várias visitas de missões comerciais, participação em feiras e exposições, há possibilidades concretas de incrementar os negócios entre os dois países em nichos ainda a ser explorados.

De resto, vale ressaltar, mais uma vez em relação aos ganhos que os acordos comerciais extrablocos ocasionam, para todos os membros ou individualmente, que o Brasil não pode abandonar essa política e incentivar os outros membros do Mercosul.

Mesmo à despeito de questões pontuais como política-ideológica, opondo Brasil e Argentina, ou por momentos de crise aguda, como a que vive o parceiro brasileiro.

Aproveite para conferir todas as colunas do Michel Alaby aqui no Money Times!

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CEO da Alaby & Associados, consultor da PNUD/ONU em counter trade, membro do Conselho de Comex da Fiesp, ex-diretor da Funcex e durante 35 anos foi secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, responsável direto por dezenas de missões institucionais e comerciais, além de participações em feiras, inclusive em apoio ao Itamaraty.
CEO da Alaby & Associados, consultor da PNUD/ONU em counter trade, membro do Conselho de Comex da Fiesp, ex-diretor da Funcex e durante 35 anos foi secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, responsável direto por dezenas de missões institucionais e comerciais, além de participações em feiras, inclusive em apoio ao Itamaraty.
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