Carros

Mick Schumacher, Fórmula 1 e os bilhões por trás de tudo isso

30 maio 2022, 20:51 - atualizado em 30 maio 2022, 20:51
Fórmula 1
Incidente envolvendo carro da Haas, dirigido por Mick Schumacher, pode superar os US$ 10 milhões (Imagem: Shutterstock/Michael Cola)

O público que assistia ao GP de Mônaco de Fórmula 1 ficou impressionado ao assistir o acidente envolvendo o piloto Mick Schumacher no último domingo (29). Ao se chocar com a cerca de proteção na saída de uma das curvas, o automobilista alemão bateu seu veículo com tanta força que o teve partido ao meio.

Felizmente, Schumacher saiu ileso do incidente e pode sair do monoposto sem auxílio externo. Ele foi levado ao posto médico para verificar seu estado de saúde, onde foi confirmado não haver nenhuma lesão. Ao contrário do piloto, o carro produzido pela Haas foi completamente destruído.

 

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Prejuízos do acidente

O valor estimado para produção dos veículos de corrida pelas escuderias gira em torno de US$ 20 milhões (cerca de R$ 95 milhões). Apesar da destruição quase integral do veículo da Haas, é provável que alguns componentes sejam reaproveitados na produção do novo carro.

De acordo com o professor Rafael Serralvo, docente do curso de Engenharia Mecânica da FEI, 80% do custo desses modelos está atrelado a unidade de potência, ou seja, o motor, que envolve dois tipos diferentes de propulsão, a combustão e elétrica.

Apesar da discrepância nos custos de produção, uma parte das tecnologias desenvolvidas para os veículos de corrida é utilizada posteriormente em veículos comuns. Um bom exemplo disso, são as aplicações tecnológicas presentes nos novos carros elétricos lançados no mercado.

“Atualmente, os carros de F1 contam com um sistema de recuperação de energia através das partes móveis do sistema de turbo compressor, da mesma forma que um motor elétrico é utilizado para diminuir o tempo de resposta do turbo, melhorando as retomadas”, afirma Serralvo.

Fórmula 1 GP de Mônaco
80% dos custos de produção dos monopostos da Fórmula 1 se concentram apenas na unidade de potência dos veículos (Imagem: REUTERS/Benoit Tessier)

Indústria bilionária

Sendo a categoria mais avançada das corridas automobilísticas, a Fórmula 1, além de extremamente competitiva, é uma das indústrias com maior geração de capital do mundo. Apenas em 2021, a receita da Formula One Group – grupo de empresas responsável pela realização dos campeonatos – foi de US$ 2,14 bilhões.

Segundo Rodrigo Lima, analista de investimentos e editor de conteúdo da Stake, apesar da dificuldade de mensuração dos ganhos por trás da participação de diferentes escuderias na competição, estima-se que os gastos das montadoras com pesquisa e desenvolvimento para seus veículos de corrida seja cerca de US$ 300 milhões por ano.

Para Lima, mesmo a maior parte dos ganhos das montadoras virem das vendas para o varejo, a exposição das marcas nas competições de Fórmula 1 faz com que o valor agregado as montadoras se tornem ainda maior, principalmente enquanto automóveis de luxo.

De acordo com o analista, a baixa elasticidade do mercado de luxo, em qualquer um dos seus segmentos, faz com que empresas do setor sintam menos impacto diante de crises financeiras – como as enfrentadas no Brasil ou Estados Unidos.

“Durante a pandemia da Covid-19, as ações da Ferrari sofreram menos do que o S&P 500, que é principal índice da Bolsa de Valores americana, por exemplo. Isso acontece justamente porque a crise poderia impactar a venda de veículos populares, mas não de veículos de luxo, onde a demanda já é muito maior do que a oferta”, explica.

Mesmo com uma retração de 23% no setor de automóveis, o mercado de veículos de luxo apresentou um crescimento superior a 9% no primeiro quadrimestre de 2022 com a venda de mais de 23 mil veículos no mesmo período.

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Estagiário
Estudante de jornalismo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Foi tradutor no Programa de Voluntários Internacionais da ONU durante dois anos. Na universidade, desenvolve pesquisas em Linguagem e História do Pensamento Social Brasileiro. Escreve sobre tecnologia, ciência, conflitos e assuntos internacionais.
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Estudante de jornalismo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Foi tradutor no Programa de Voluntários Internacionais da ONU durante dois anos. Na universidade, desenvolve pesquisas em Linguagem e História do Pensamento Social Brasileiro. Escreve sobre tecnologia, ciência, conflitos e assuntos internacionais.
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