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Nocaute em fundos imobiliários de papel mostra que céu de brigadeiro não é para todos

11 abr 2023, 13:34 - atualizado em 11 abr 2023, 13:34
imóveis fundos imobiliários
Índice de fundos imobiliários sobe em dia positivo para ativos domésticos após IPCA sinalizar que juros podem cair (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 opera com alta nesta terça-feira (11) em dia de céu de brigadeiro no mercado doméstico. O dólar à vista cai mais de 1%, rompendo o nível de R$ 5,00, enquanto o índice Ibovespa salta mais de 3%, retornando aos 105 mil pontos.

Por volta das 13h30 (de Brasília), o Ifix subia 0,12%, aos 2.764 pontos. O volume de negócios é baixo no pregão.



Por que fundos imobiliários despencam após IPCA?

O resultado do índice oficial de inflação do país (IPCA) de março anima o investidor local com a narrativa de que o Banco Central (BC) poderá cortar a taxa de juros antes do previsto.

O que chamou a atenção do mercado foi a alta acumulada nos últimos 12 meses até março, de 4,65%, ficando dentro do centro da meta estabelecida pelo BC.

Entretanto, se os dados animam os mercados de câmbio, juros e de ações, o resultado do IPCA de março nocauteia os fundos imobiliários de papel, que derretem no dia.

Sempre eles. Os protagonistas do tombo entre os FIIs listados no índice são Versalhes Recebíveis (VSLH11),  Hectare CE (HCTR11) e Devant Recebíveis (DEVA11). No horário acima, eles recuavam entre 8% e 5,1%, respectivamente.

A especialista em fundos imobiliários e sócia da Acqua Vero, Lana Santos, comenta que, no ano passado, o cenário foi de deflação.

No entanto, a queda inflacionária foi repassada para os fundos de papel dois, três meses depois. Portanto, é preciso aguardar mais um período para ver os efeitos da desaceleração da inflação exibida no mês passado.

Queda de dividendos

“Mas o IPCA de março, abaixo do esperado, pode indicar uma redução na distribuição de dividendos pelos fundos de papel, já que o indicador é um dos maiores indexadores dessas carteiras”, comenta. Isso porque a retórica é de que o BC pode iniciar o ciclo de corte de juros ainda este trimestre.

A especialista diz que, como o mercado está avesso ao risco e o resultado da inflação indica uma queda nos rendimentos, cotistas podem estar saindo desses ativos e indo para outros mais estáveis.

“A taxa de juros mais alta favorece os fundos de papel, de forma geral. E essa expectativa de queda de juros, pode reverter essa tendência”, comenta.

Em contrapartida, o fundo Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) liderava as altas no pregão, de 3%.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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