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Novidade em ‘guerra de chips’ faz Nvidia (NVDA) ter pior dia do semestre; entenda

17 out 2023, 14:44 - atualizado em 17 out 2023, 14:47
Nvidia China Estados Unidos Chips
Nvidia tomba 5% com mais restrições a bancos (Imagem: Reprodução)

A Nvidia (NVDA;NVDC34), fabricante de semicondutores mais valiosa do mundo, está enfrentando um terremoto nesta terça-feira (17).

As ações da empresa do Vale do Silício chegaram a abrir o pregão com queda de 5%, após o governo dos Estados Unidos confirmarem novas restrições ao envio de chips ultra avançados para a China. No início da tarde, parte da pressão de venda foi aliviada, com o papel sendo negociado a US$ 444.

Outras fabricantes americanas também sentem o “baque” do anúncio, com a Advanced Micro Devices (AMD), rival da Nvidia, perdendo 1,09% e a Intel (INTC) recuando 1%.



Conforme noticiado pela Reuters ainda no dia de ontem, a nova leva de restrições visa corrigir “buracos” do “CHIPS and Science Act”, a legislação de fomento à indústria americana de semicondutores aprovada em agosto de 2022, com forte viés de segurança nacional.

Desta vez, a administração Biden quer maior controle da exportação de chips utilizados para o treinamento de inteligência artificial.

Segundo Gina Raimondo, secretária do Comércio da Casa Branca, a atualização obrigará fabricantes americanas de chips a reportarem seus planos de venda para clientes chineses, prevendo-se a necessidade de uma autorização especial emitida pelo governo.

Nvidia é atingida em cheio

Segundo analistas do mercado americano, a medida do governo atingirá em cheio a exportação de chips A800 e H800 da Nvidia para a China, que haviam escapado da legislação do ano passado.

Fica também na mira do governo uma nova tecnologia desenvolvida e exportada pela companhia, usada em softwares, conhecida como “litografia computacional”, capaz de auxiliar no desenho dos semicondutores de última geração da Nvidia.

A China é um dos principais mercados da companhia californiana, fato que levou o CEO Jensen Huang a fazer objeções contra a imposição de novas restrições.

Ao Financial Times, Huang disse que os Estados Unidos arriscavam infligir um “severo dano” ao seu setor de tecnologia, além de um “tiro no pé” do próprio Chips Act.

“Se a China não pode comprar dos Estados Unidos, eles construirão por conta própria. Então os EUA devem ser cuidadosos”, alertou.

Guerra de semicondutores

O anúncio desta terça-feira pelo Departamento do Comércio ocorre após meses de uma forte campanha do governo americano para diminuir a dependência econômica da China, ao mesmo tempo que deseja impedir o compartilhamento de tecnologias consideradas perigosas para o desenvolvimento militar do rival.

Nesse sentido, os Estados Unidos têm encorajado seus principais aliados a fazerem o mesmo, com a União Europeia também buscando formas de restringir a comercialização de tecnologias estratégicas.

Diante desse cenário de maior polarização tecnológica, o ministério de Relações Exteriores da China aumentou o tom contra os americanos, tendo qualificado os esforços do Ocidente como “coerção econômica e bullying sci-tech” em uma declaração feita em abril.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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