Mercados

NY ajuda e Ibovespa fecha em forte alta com promessa de reformas e cena fiscal no radar

01 set 2020, 17:11 - atualizado em 01 set 2020, 18:10
Ibovespa
O volume financeiro da sessão somou 25,7 bilhões de reais (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) voltou a superar os 102 mil pontos nesta segunda-feira, com promessa do governo sobre a reforma administrativa e definição sobre o auxílio emergencial servindo como argumento para o viés mais comprador após um agosto fraco.

Índice de referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em alta de 2,82%, a 102.167,65 pontos, com forte noticiário corporativo também no radar. O volume financeiro da sessão alcançou 26,66 bilhões de reais.

O presidente Jair Bolsonaro disse pela manhã que o texto da reforma administrativa será enviado ao Congresso na quinta-feira e anunciou que o auxílio emergencial por causa da pandemia será de 300 reais mensais até o final do ano.

“A retomada da agenda de reformas soou como música aos ouvidos para o mercado e levou a retomada dos 100 mil pontos”, afirmou o analista da Clear Corretora, Rafael Ribeiro.

No Congresso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o programa Renda Brasil, gestado para aglutinar programas sociais em uma só, será estudado por mais tempo, enquanto defendeu a regra do teto de gastos.

Para estrategistas do BTG Pactual (BPAC11), o governo e o Congresso precisam avançar com reformas e consolidação fiscal para que o Ibovespa retome trajetória de alta.

“Se o governo e o Congresso avançarem com a agenda de reformas e indicarem vontade de trabalhar na consolidação fiscal, os juros de longo prazo podem cair, abrindo o caminho para o Ibovespa voltar a subir”, disseram.

O PIB brasileiro confirmou uma esperada retração expressiva no segundo trimestre, reflexo dos efeitos da fase mais aguda da crise desencadeada pelo Covid-19, com agentes dizendo que o foco agora está nos sinais de recuperação da economia.

Nesse contexto, respaldou o tom positivo dados mostrando que a atividade da indústria no país deu um salto em agosto, segundo PMI do IHS Markit, com o volume de produção e a demanda atingindo níveis recordes.

O noticiário externo avalizou a forte alta do Ibovespa, com Wall Street registrando novos recordes para o Nasdaq (US100) e o S&P 500 (SPX), em meio a números melhores também da atividade manufatureira de EUA e China.

Destaques

Gol (GOLL4)  ganhou 5,2%, após divulgar que cumpriu na véspera suas obrigações de pagamento do ‘Term Loan B’ contratado em agosto, no valor de 300 milhões de dólares, além de juros.

No setor, Azul (AZUL4) avançou 3,15%.

Lojas Renner (LREN3) subiu 4,6%, após um efeito fiscal extraordinário garantir o lucro da varejista de vestuário no segundo trimestre, compensando contabilmente os efeitos da pandemia de Covid-19, que derrubaram suas vendas.

No setor, CIA Hering (HGTX3) disparou 9,02%.

Hapvida (HAPV3)  avançou 6,58%. A ação entrou na carteira recomendada de setembro da Guide, que citou, entre outros fatores, que o setor de saúde passa por um momento de consolidação, com as companhias verticalizadas, entre elas a Hapvida, sendo os principais players desse movimento.

CVC BRASIL (CVCB3) valorizou-se 2,19%, tendo de pano de fundo o balanço de 2019, atrasado em razão de ajustes após descoberta de distorções contábeis, bem como estimativas dos efeitos da pandemia em resultados de 2020.

Braskem (BRKM5)  fechou com acréscimo de 0,99%. A petroquímica reportou que é alvo de ação coletiva nos EUA relacionada a evento geológico de Alagoas e que contratou escritório norte-americano para representá-la.

Bradesco (BBDC4) avançou 2,03%, em sessão positiva para bancos e tendo no radar acordo com o JPMorgan para serviços de private banking.

Itaú Unibanco (ITUB4)  valorizou-se 3,4%.

Petrobras (PETR4)  teve elevação de 4,48%, endossada pela alta dos preços do petróleo no exterior.

Vale (VALE3) subiu 3,49%, com o minério de ferro também fechando em alta na China.

Marfrig (MRFG3) caiu 3,37%, com o setor de proteínas em baixa, em meio à queda do dólar ante o real.

LINX (LINX3), for a do Ibovespa, subiu 4,41%, após ajustes no acordo envolvendo proposta da StoneCo pela fabricante de softwares de gestão.

Nos Estados Unidos, STONECO avançou 3,55%. TOTVS (TOTS3) , que também apresentou oferta pela Linx, caiu 0,03%.

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