O dilema da Porto Seguro: pagar dividendos ou investir na empresa?

A Porto Seguro (PSSA3) foi uma das poucas seguradoras que conseguiu passar pelo primeiro semestre razoavelmente bem, período marcado por alta sinistralidade e escalada da inflação.

Com isso, a empresa goza de um bom momento, oportuno para pagar mais dividendos ou investir na própria companhia.

Segundo a Genial,  com a potencial tributação dos dividendos, que está tramitando na reforma tributária, e excesso de capital da Porto, a expectativa era de que a seguradora pudesse dar um generoso payout (distribuição de dividendos) em 2021/22.

“Entretanto, o aumento de capital veda essa possibilidade, tendo em vista que reservas de capital não podem ser utilizadas para pagar dividendos, salvo em caso de ações com dividendo fixo”, completa.

Na última semana, a empresa propôs um aumento de capital de R$ 4 bilhões, com a capitalização de reservas de lucro.

A proposta da administração é que sejam bonificadas 323,3 novas ações, que devem ser distribuídas na proporção de 1 nova ação para cada 1 ação de que os acionistas forem titulares. Porém, isso ainda deve ser aprovado pela assembleia-geral, ainda sem data para ocorrer. 

Ainda de acordo com os analistas Bruno Bandeira e Eduardo Nishio, em conversas com o CEO da companhia, a Porto Seguro não descarta aquisições.

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“Portanto, a nossa expectativa é que o montante seja investido em crescimento, contribuindo para a nossa recomendação”, completam.

A Genial tem indicação de compra para a Porto Seguro, com recomendação de R$ 70, potencial de alta de 29%.

Ação da Porto Seguro vai deslanchar?

Já corre pelo mercado a tese que as empresas de seguros devem passar por uma recuperação de ganhos nos próximos 12 meses. E a ação da Porto Seguro tem muito espaço para expandir com a criação de novas avenidas de crescimento, segundo outro comentário da Genial Investimentos.

Passada a safra de resultados do segundo trimestre, que rendeu  lucro líquido de R$ 658,6 milhões, a companhia de seguros tem meta ambiciosa de dobrar o número de clientes nos próximos 5 anos, buscando se reinventar.

Em entrevista ao Brazil Journal, Bruno Garfinkel, presidente do conselho da Porto Seguro, disse que o número de clientes da companhia é incompatível a força de sua marca, a 13a mais conhecida dos brasileiros.