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O que é Staked Ether (stETH) e por que o token está no centro da crise de liquidez em cripto

20 jun 2022, 14:58 - atualizado em 20 jun 2022, 14:58
Staked Ether
O preço de Staked Ether começou a se afastar do ether em maio. (Imagem: Unsplash/DrawKit Illustrations)

Outra criptomoeda está dando o que falar no mercado dos ativos digitais. Desta vez, a moeda não é uma stablecoin, mas um ativo sintético — Staked Ether (stETH).

Staked Ether é um token cujo preço deveria ser o mesmo do Ether (ETH), criptomoeda nativa da rede Ethereum e a segunda maior do mercado.

No entanto, nas últimas semanas, stETH tem sido negociado com grande desconto, colocando mais “lenha na fogueira” da crise de liquidez desse mercado.

Na sexta-feira (17), Staked Ether era negociado a 0,92 ETH, um desconto de 8% em relação ao ether.

O que é Staked Ether?

Cada unidade de Staked Ether representa um ETH que foi colocado em staking no Beacon Chain.

A rede Ethereum passa por uma transição de mecanismos de consenso, saindo de proof-of-work (PoW) para proof-of-stake (PoS).

No entanto, antes da conclusão da transição, diversos testes estão sendo realizados, e Beacon Chain é um dos ambientes de testes da atualização.

Para fazer o staking de ETH, o usuário precisa bloquear pelo menos 32 ETH (aproximadamente, US$ 36,2 mil na cotação atual), um valor considerado alto para muitos.

Porém, a plataforma Lido Finance permite que usuários façam o staking de qualquer quantidade de ETH e recebam, em troca, stETH, que pode ser negociado ou emprestado em outras plataformas, segundo CNBC.

Afastando-se do ether

Staked Ether começou a se afastar do ether em maio, após o colapso das criptomoedas da rede Terra — LUNA e a stablecoin TerraUSD (UST) — à medida que investidores abandonavam esse tipo de investimento.

Em junho, o congelamento de saques anunciado pela Celsius Network, no dia 12, afastou ainda mais o preço de stETH da criptomoeda nativa da Ethereum.

Segundo a CNBC, Celsius Network atua como um banco, tomando as criptomoedas de usuários e emprestando-as para instituições, a fim de gerar retorno sobre elas. A companhia faz o mesmo com ETH de usuários, colocando-os em staking em Lido para aumentar os lucros.

Dados do site ApeBoard mostram que Celsius Network tem mais de US$ 400 milhões em depósitos de Staked Ether. Esse cenário acende um novo alerta: o medo de que Celsius tente vender stETH, o que resultaria em fortes perdas e colocaria uma pressão ainda maior sobre o token.

Apesar do novo alerta, aparentemente não há muito que possa ser feito no curto prazo, visto que detentores de Staked Ether só conseguirão resgatar os ETH originais de seis a doze meses após a conclusão da transição da Ethereum.

Ou seja, investidores estão presos a stETH, a menos que decidam vendê-lo em outras plataformas. Uma maneira de fazer isso é converter Staked Ether para ether usando Curve (CRV), um serviço que oferece pools para reunir ativos, possibilitando uma negociação mais rápida de tokens.

Porém, de acordo com Ryan Shea, economista na empresa de investimentos cripto Trakx.io, o pool de liquidez para stETH e ETH em Curve “tornou-se bastante desequilibrado”.

A ether corresponde a menos de 20% das reservas do pool, o que indica que não haveria liquidez suficiente para atender todos os pedidos de saque de stETH.

Outro fator pode comprometer Staked Ether

Assim como outras criptomoedas, Staked Ether também foi atingida pelo atual cenário macroeconômico.

O aumento na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) fez com que investidores abandonassem categorias consideradas de alto risco, como ações de empresas de tecnologia e criptomoedas.

Outra empresa com exposição ao Staked Ether é a Three Arrows Capital, um fundo de hedge de criptomoedas que supostamente está com problemas financeiros.

Segundo a CNBC, registros em blockchains públicos mostram que a companhia tem tentado ativamente vender suas reservas em stETH.

Anteriormente, o cofundador da Three Arrows Capital, Zhu Su, afirmou estar considerando a venda de ativos e o resgate por outra empresa, a fim de evitar um colapso.

Com todos esses fatores em jogo, investidores estão preocupados se a queda de stETH irá atingir ainda mais participantes no mercado de criptomoedas.

*Com informações de CNBC

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Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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