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O que explica a disparada de MGLU3, VIIA3 e AMER3 nesta terça?

10 jan 2023, 19:39 - atualizado em 10 jan 2023, 19:39
Magazine Luiza varejistas
Magazine Luiza saltou mais de 7% nesta terça-feira (10) (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

Empresas de varejo e consumo brilharam nesta terça-feira (10) na Bolsa. Em especial, as ações dos varejistas de e-commerce saltaram, apesar da divulgação de dados de inflação acima do esperado.

Na avaliação de Apolo Duarte, CFP, sócio e head da mesa de renda variável da AVG Capital, os dados do IPCA de dezembro não foram suficientemente fortes para mudar as projeções e o momento que o mercado está vivendo.

Os papéis do Magazine Luiza (MGLU3) saltaram 7,77%, seguidos por Americanas (AMER3), com valorização de 7,49%, e Via (VIIA3), que subiu 6,58%.

Essas três empresas mostram recuperação desde o início de 2023, com Magazine Luiza e Via acumulando altas de 11,31% e 7,92% e Americanas em destaque, avançando mais de 23%.

Duarte diz que, para entender o movimento dos varejistas nesta terça, é preciso olhar para o desempenho das ações no passado recente.

“Quando a gente olha a performance dessas ações de novembro até a primeira quinzena de dezembro, todas tiveram quedas violentas. Essa queda foi ligada principalmente à percepção fiscal pior do Brasil, que levou ao aumento da curva de juros e derrubou as empresas de varejo da Bolsa”, lembra o especialista.

Duarte destaca que, no período, a Americanas saiu como a ação mais penalizada do setor. O movimento de correção desta terça explicaria a forte valorização das ações da companhia nesta terça.

Apesar da forte valorização hoje, a perspectiva para as três empresas não muda.

“São empresas de volatilidade muito alta. Não dá para dizer que o cenário mudou, de nenhuma maneira. O cenário ainda está bastante complicado”, diz Duarte.

O que 2023 guarda para varejistas

A incerteza envolvendo a questão fiscal do país com a aprovação da PEC da Transição no Congresso e juros elevados por um período mais longo impedem uma perspectiva mais positiva para Magazine Luiza, Via e Americanas, comenta Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.

“Elas podem continuar em um processo de recuperação de receitas que já vêm fazendo nesses últimos dois trimestres, mas com uma pressão ainda relevante nas margens. No curto prazo, vão continuar nessas mesmas tendências. Não vejo nenhum sinal, nenhuma premissa para uma virada de chave”, afirma.

A inflação e os juros elevados estiveram por trás da má fase do varejo em 2022. Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, destaca que, com as taxas ainda elevadas, corroendo o poder de compra do consumidor, e a inadimplência crescendo, Magazine Luiza, Via e Americanas entram em um novo ano sem alívio.

Além disso, Ferrer acredita que o mercado continuará privilegiando empresas com fluxo de caixa no presente, o que não é o caso das companhias de e-commerce.

“Dado o juro alto no Brasil e no mundo, não nutro fortes expectativas para essas companhias. Pelo contrário, acho que são companhias para você evitar”, completa.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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