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O que será da Bolsa e do Brasil? 30 gestores, que cuidam de US$ 60 bilhões, respondem

15 abr 2020, 13:51 - atualizado em 15 abr 2020, 13:51
bola de cristal futuro perspectivas
Suspense: futuro vislumbrado pelos gestores, para o Brasil, tem altos e baixos (Imagem: Pixabay/@alexas_fotos)

O Bank of America (BofA) realizou mais uma rodada de perguntas sobre o futuro do Brasil, com 30 gestores internacionais, responsáveis por gerenciar US$ 60 bilhões em ativos. As respostas constam de relatório enviado aos clientes, obtido pelo Money Times.

As questões sobre o Brasil integram uma pesquisa mais ampla, sobre as perspectivas dos mercados da América Latina neste ano. No total, o BofA fez sete perguntas específicas sobre o país, mas o real apareceu com destaque numa oitava questão, que se referia às moedas latino-americanas em geral.

Veja, a seguir, o que os investidores internacionais esperam do Brasil neste ano.

1. Sobre o desempenho das moedas latino-americanas

47% dos participantes da pesquisa afirmam que o real será a moeda com o melhor desempenho na região nos próximos seis meses. O percentual é bem maior que os 37% do mês passado.

2. Sobre o tipo de ativo que terá melhor desempenho, no Brasil, nos próximos seis meses

A confiança dos gestores internacionais no mercado brasileiro de ações está caindo. Segundo o BofA, 43% dos consultados afirmam que as ações serão a classe de ativo com melhor desempenho no país nos próximos seis meses.

Trata-se de uma fatia menor que os 56% do mês passado, e dos 80% de dois meses atrás.

3. Sobre o Ibovespa

A pandemia de coronavírus, definitivamente, contaminou o mercado. Quase metade dos gestores acredita que o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, terminará o ano entre 85 mil e 95 mil pontos.

Para se ter uma ideia, em março, quando o otimismo ainda dava o tom, apenas 7% citaram essa faixa de pontuação, com a maioria concentrando-se em patamares maiores. Agora, o BofA observa que “praticamente ninguém” ousa sugerir um número acima de 110 mil pontos.

4. Sobre a taxa de câmbio brasileira

76% dos consultados esperam que a taxa de câmbio encerre o ano abaixo de R$ 5 por dólar. A maioria das estimativas está na faixa de R$ 4,80 a R$ 5.

5. Sobre a Selic

87% dos entrevistados estimam que a taxa básica de juros (Selic), hoje em 3,75% ao ano, cairá ainda mais nos próximos meses. Metade dos gestores concentra-se numa faixa de 3% a 3,75% ao ano.

6. Sobre a reconquista, pelo Brasil, do grau de investimento

A confiança de que o Brasil voltará ao seleto clube de países com grau de investimento (uma espécie de selo de bom pagador concedido pelas agências internacionais de risco) está menor.

Embora 77% dos gestores acreditem que o país será promovido em algum momento, este é o menor percentual desde que o BofA incluiu a pergunta na sondagem, em janeiro de 2019. Em março, por exemplo, a fatia era de 85%.

Praticamente metade dos pesquisados espera que o Brasil só recupere o grau de investimento em 2023 ou depois.

7. Sobre os fatores que podem contribuir para o crescimento do Brasil

Neste momento, a maior parte dos gestores acredita que o Brasil não está no controle da situação. Pouco mais de 50% afirma que o principal fator para a retomada da economia é a melhora do ambiente externo, acossado pelo coronavírus.

Pouco menos de 30% enfatizaram que o Brasil só voltará a crescer, quando a iniciativa privada retomar os investimentos. Apenas 10% dos gestores destacaram a necessidade de o Banco Central oferecer mais estímulos monetários.

8. Sobre a expectativa para o PIB

Nenhum gestor ouvido pelo BofA acredita que o Brasil crescerá em 2020. A atenção, agora, está voltada para dimensionar o tamanho da queda do PIB.

Metade dos entrevistados estima um recuo de 3% a 4% neste ano. Pouco menos de 20% afirma que a queda será maior que 4%.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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