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Oi dispara mais de 20% e atinge maior cotação em quase dois anos

29 jul 2020, 12:37 - atualizado em 29 jul 2020, 12:46
Oi participa da CCXP 2019
Superpoderes: iminência de vender área móvel fez ação da Oi disparar (Imagem: Divulgação/Oi/Facebook)

As ações da Oi (OIBR3) operam com uma expressiva alta de dois dígitos no pregão desta quarta-feira (29). Às 12h04, os papéis subiam 26,55% e eram negociados por R$ 2,24. Para se ter uma ideia, esta é a maior cotação desde 14 de novembro de 2018, quando as ações fecharam em R$ 2,26.

O forte impacto levou a B3 (B3SA3) a colocar as ações em leilão. Trata-se de um procedimento automático da Bolsa, com o objetivo de atenuar a volatilidade de um papel. Por esse sistema, a ação deixa de ser negociada no pregão e é transferida para um sistema fechado de compra e venda.

Nesse sistema, todas as ofertas de compra e venda são registradas pela B3, e as transações só são concluídas, quando uma ordem de compra encontra uma ordem de venda pelo mesmo valor.

Euforia

A disparada da Oi reflete o entusiasmo dos investidores com as perspectivas de venda da Oi Móvel por, pelo menos, R$ 15 bilhões. Ontem, o consórcio formado pelaTIM (TIMP3), Claro e Vivo (VIVT4) apresentou uma nova proposta de R$ 16,5 bilhões pelo negócio.

O objetivo é desbancar a preferência da Highline que, na semana passada, obteve uma vantagem ao selar um acordo de negociação exclusiva com a Oi, com prazo até 03 de agosto. Não se sabe qual o valor ofertado pela Highline, mas a operadora brasileira já declarou que não aceitará menos de R$ 15 bilhões.

Combo de vantagens: Vivo e suas sócias aproveitariam as sinergias com a Oi (Imagem: Facebook Oficial da Vivo)

A venda da área de telefonia móvel só será concretizada no quarto trimestre, por meio de um leilão. Mas, a Oi vem negociando com interessados o chamado “stalking-horse”, ou direito de dar a melhor oferta no leilão.

Ontem, a Oi divulgou um fato relevante em que reconhece que a proposta do consórcio apresenta “condições financeiras mais vantajosas do que as propostas anteriores”, e informa que a oferta será tratada em “condições normais em processos desta natureza” – um tremendo eufemismo para dizer que a Oi vai pensar no assunto.

A companhia, contudo, advertiu que o acordo de exclusividade com a Highline ainda está em vigor e que, por isso, “está avaliando as providências que pode e deve tomar em relação ao processo competitivo de alienação da UPI Ativos Móveis, respeitando todos os compromissos assumidos”.

Torcida

Por ora, os analistas apostam na vitória do consórcio, dadas as sinergias que seriam geradas. Maria Tereza Azevedo, que assina um relatório do Santander (SANB11) sobre o assunto, observa que o preço não é o único atrativo da nova proposta do trio de operadoras.

A TIM, Vivo e Claro se comprometeram, também, a assinar um acordo de longo prazo de compartilhamento de redes com a Oi, que, como se sabe, terminará sua reestruturação como uma companhia de infraestrutura para empresas de telecomunicações.

“Mantemos nossa opinião de que é mais provável que uma oferta de um consórcio seja a vencedora, devido a sinergias significativas decorrentes do reparo no mercado, economia de investimentos e evasão de investimentos – tudo isso, improvável com um potencial novo participante, em nossa opinião”, afirma a analista do Santander.

Veja o fato relevante divulgado pela Oi ontem.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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