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Oi Móvel: risco de veto do Cade à oferta da TIM, Vivo e Claro favorece Highline

23 jul 2020, 16:07 - atualizado em 23 jul 2020, 16:34
Oi OIBR3 Oi fibra
Virada de jogo: Oi inicia negociação exclusiva com Highline e surpreende (Imagem: Facebook/Oi)

A disputa pela área de telefonia móvel da Oi (OIBR3), que sofreu uma virada digna de filme de ontem para hoje, não se restringe apenas a uma questão monetária – que candidato pagará mais para fechar o negócio. Dado o peso da Oi, outro fator influenciará seu desfecho: o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), considerado o xerife do mercado.

O risco de um potencial veto da autarquia ao fatiamento da Oi Móvel entre a Vivo (VIVT4), TIM (TIMP3) e Claro mereceu destaque nos primeiros relatórios sobre a entrada da Highline no páreo.

Luis Azevedo e Silvio Dória, que assinam a análise do Banco Safra, afirmam que “provavelmente, a questão mais importante para por em risco o movimento de consolidação do mercado [de telefonia], relaciona-se à potencial aprovação dos órgãos regulatórios”.

A dupla acrescenta que, mesmo “em um cenário de propostas alternativas, acreditamos que o Cade, o órgão antitruste, poderia pressionar a Oi a aceitar a oferta da Highline, em vez da do consórcio”.

De qualquer modo, o Safra manteve a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para as ações da Vivo e da TIM, com preços-alvo de R$ 56 e R$ 19, respectivamente.

Luis Sales, da Guide, vai pela mesma linha. “Fontes do mercado acreditavam que a aprovação de órgãos regulatórios pela proposta de TIM, Telefônica Brasil [Vivo] e Claro seria difícil pela consolidação do mercado”, afirma em seu comentário aos clientes.

Exclusividade

A notícia de que a Highline apresentou a melhor proposta foi divulgada pela Oi por volta das 22 horas de ontem. No fato relevante, a empresa afirma que a proposta ficou acima do preço mínimo de R$ 15 bilhões.

Loja da TIM TIMP3
Chance perdida: TIM ficaria com a maior parte da Oi Móvel, segundo analistas (Imagem: Facebook/TIM)

Com isso, explica a empresa, celebrou um acordo de exclusividade com a Highline, que expira em 03 de agosto. O Bank of America atua como o assessor financeiro da Oi. A Highline, portanto, deixou para trás a oferta conjunta feita, no último sábado, pela TIM, Claro e Vivo.

Direções opostas

Os investidores foram bastante eloquentes ao mostrar o que pensam da reviravolta. Enquanto as ações da Oi disparam na sessão desta quinta-feira (23), as outras operadoras listadas afundam.

Às 15h48, a Oi subia 14,81% e era cotada a R$ 1,55 por papel. A TIM caía 9,52%, para R$ 15,02; e a Vivo perdia 7,03%, negociada por R$ 49,08. No mesmo instante, o Ibovespa, principal índice da B3, recuava 1,94% e marcava 102.271 pontos.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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