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Oportunidade? AMER3 lidera altas do Ibovespa nesta sexta após tombo de 77%; MGLU3 não fica atrás

13 jan 2023, 19:16 - atualizado em 13 jan 2023, 19:17
Americanas
Ações da Americanas encerraram o pregão desta sexta-feira (13) com ganhos de 15,81%, após despencar 77% na sessão anterior (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Duas ações do varejo de e-commerce dispararam nesta sexta-feira (13), liderando as altas do Ibovespa.

Os papéis da Americanas (AMER3) encerraram o pregão com ganhos de 15,81%, após despencar 77% na sessão anterior depois da descoberta de inconsistências contábeis no valor estimado de R$ 20 bilhões.

Segundo dados divulgados pelo TradeMap, a varejista perdeu ontem o equivalente ao valor de mercado da Minerva (BEEF3), de R$ 8,4 bilhões, ou duas Via (VIIA3), que atualmente vale em torno de R$ 4 bilhões.

O valor de mercado da Americanas, que fechou quinta em R$ 2,45 bilhões, se recuperou para cerca de R$ 2,84 bilhões.

Em fato relevante divulgado ontem à noite, a Americanas informou que, em análise preliminar, foram detectadas inconsistências em lançamentos contábeis redutores da conta de fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o exercício de 2022.

Entre as inconsistências, há a existência de operações de financiamento de compras no valor aproximado de R$ 20 bilhões nas quais a companhia é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras, explicou a companhia.

A descoberta da irregularidade levou o ex-CEO Sergio Rial a renunciar com menos de duas semanas no cargo.

Bancos e corretoras colocaram a tese da Americanas sob revisão após os últimos acontecimentos. Entre as instituições que mantiveram a recomendação, há indicações “neutro” e de venda.

Nesta sexta, Lauro Jardim, d’O Globo, informou que o Juiz da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Paulo Assed, determinou prazo de 30 dias para a Americanas avaliar se será necessário pedir recuperação judicial, em uma medida de tutela de urgência cautelar pedida pela varejista.

Mais um dia positivo para Magalu

Magazine Luiza (MGLU3) fechou mais um dia com valorização, desta vez de 7,52%. No pregão passado, a companhia teve valorização de 5,28%, com seu valor de mercado aumentando em R$ 1,06 bilhão. Atualmente, seu valor gira em torno de R$ 23 bilhões.

Além do movimento de recuperação da Americanas, já esperado pelo mercado após o tombo, e com Magazine Luiza seguindo o par, os papéis dos varejistas aproveitaram a queda da curva de juros futuros.

Guilherme Schunke Toledo, da mesa de operações da Amur Capital, avalia que grandes fundos, que têm estratégia de alocação setorial, podem estar direcionando recursos para ação do Magalu.

No entanto, as perspectivas para o Magazine Luiza seguem nubladas. Analistas ainda preveem um ano desafiador para as companhias de e-commerce, com o cenário de inflação e juros ainda elevados pressionando o poder de compra do consumidor brasileiro.

Para Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, o cenário não só segue desafiador como parece piorar. Segundo ele, os papéis dos varejistas poderiam ter um respiro se a economia doméstica começasse a ver uma queda da inadimplência, o que não está acontecendo.

Ferrer diz que não tem boas expectativas para o setor.

“Pelo contrário, acho que são companhias para você evitar”, afirma o analista.

Diego Leoncini, da Esh Capital, acredita que o Magazine Luiza está em posição melhor em relação aos pares, considerando o ganho de participação de mercado no e-commerce ao longo dos últimos anos.

Porém, a preferência da Esh é pelo Mercado Livre.

A ação Via virou e encerrou esta sexta em queda de 3,66%. Ontem, a companhia informou que operações de risco sacado (convênio), um dos motivos para o rombo da Americanas (AMER3), estão registradas nas demonstrações financeiras em conformidade com as normas internacionais de contabilidade.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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