Combustíveis

Passagens aéreas: Com a alta do petróleo, viajar vai ficar mais caro

15 mar 2022, 13:49 - atualizado em 15 mar 2022, 13:51
Aviação Avião Setor Aéreo
As companhias admitem aumento dos preços das passagens aéreas por conta da alta do barril do petróleo (Imagem: Pixabay)

Com a alta histórica no preço do barril do petróleo por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras (PETR4) anunciou na semana passada o reajuste muito acima do esperado dos preços dos combustíveis nas suas refinarias.

O petróleo nas alturas e o aumento dos combustíveis impactam toda a economia, e não seria diferente para as companhias aéreas, que já admitem o repasse das altas para o preço das passagens aéreas.

A LATAM (LTMAQ), por exemplo, afirmou em nota que “permanece atenta à evolução da guerra para realizar ajustes em seus voos e projeções, se necessário”.

“É inegável o impacto nos custos das companhias aéreas, em função da alta do preço do querosene da aviação (QAV) – a empresa estima um aumento da ordem de 25% a 30% nas tarifas. Infelizmente, diante da imposição desse novo cenário de crise sem precedência e previsibilidade, afetará o aumento no preço das passagens”, diz a companhia.

Já a Azul (AZUL4) destaca que além das irreparáveis perdas humanas, a guerra traz “consequências devastadoras para todos os setores da economia do mundo”, que ainda trabalha para superar a pandemia da Covid-19, uma das maiores crises sanitárias da história.

“Esse conflito resultou em um aumento exponencial do valor de várias commodities, em especial do barril de petróleo, que já vinha sofrendo consecutivas altas em função da pandemia da covid-19 e atingiu um pico recorde desde 2008, sendo cotado a US$ 140 no mercado internacional, pressionando muito o valor do QAV (querosene de aviação)”.

A companhia declarou que embora o valor do barril do petróleo já tenha sido um pouco maior há 14 anos, a situação atual é “muito pior”, já que na ocasião o dólar estava muito abaixo dos atuais R$ 5, sendo cotado abaixo de R$ 2,00.

“Essa matemática é bastante impactante para o setor aéreo, em especial para as empresas brasileiras, que têm diversos custos em dólar e um dos combustíveis mais caros do mundo. A continuidade desse cenário poderá adiar uma retomada mais vigorosa da oferta de voos no país, assim como a inclusão de novas cidades e novas rotas e frequências entre aeroportos que já contam com serviço aéreo”, diz a Azul.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) diz que o QAV (querosene da aviação e derivado do petróleo) responde por mais de um terço dos custos do setor aéreo, que têm uma parcela superior a 50% indexada pelo dólar.

“Diante desse cenário, a ABEAR informa que o consequente encarecimento do QAV nos curto e médio prazos poderá frear a retomada da operação aérea, o atendimento logístico a serviços essenciais e inviabilizar rotas com custos mais altos, incluindo o foco na expansão de mercados regionais, num setor que acumula prejuízo de R$ 37,4 bilhões de 2016 até o terceiro trimestre de 2021, impactando também o transporte de cargas e toda a cadeia produtiva do turismo”.

Preço do petróleo

O preço do barril do petróleo tem oscilado bastante desde o início da guerra, chegando a superar o valor de US$ 130. O comportamento da commodity, no entanto, vem variando de acordo com a instabilidade das tensões geopolíticas.

Um dia depois do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar um embargo ao petróleo russo, os preços caíram, contrariando as expectativas de alta.

Nesta terça-feira (15), o preço voltou a ficar abaixo dos US$ 100. Por volta das 13h30, o petróleo do tipo Brent caía 5,14%, cotado a US$ 101,40. O WTI caía 5,76%, a US$ 97,5.

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Jornalista paulistana formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e editora do Money Times. Passou pelas redações da CNN Brasil e TV Globo como produtora, VOCÊ S/A e VOCÊ RH como repórter e Exame.com como redatora estagiária.
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