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Petrobras (PETR4): Ação não atingiu o piso e pode aprofundar queda, alertam analistas; o que fazer?

14 dez 2022, 19:56 - atualizado em 14 dez 2022, 21:38
Petrobras
Para analistas, a ação não chegou ao piso e pode cair mais, a depender de novas medidas do governo (Imagem: REUTERS/Jamil Bittar)

A ação da Petrobras (PETR4) voltou a tombar forte na sessão desta quarta-feira após a Câmara dos Deputados aprovar mudanças que alteram a quarentena de nomes políticos no comando das estatais. A medida precisa passar pelo Senado.

Segundo dados do TradeMap, a empresa perdeu R$ 219 bilhões em valor de mercado desde 21 de outubro, quando atingiu a máxima do ano, equivalente à Ambev. Nesta quarta, foram mais R$ 30 bilhões, uma Hapvida. A ação despencou 9%.

Para analistas ouvidos pelo Money Times, o papel não chegou ao piso e pode cair mais, a depender de novas medidas do governo.

“Ainda faltam detalhes de como o novo governo irá impactar política de preços, desinvestimentos e governança”, coloca Pedro Gaudi, da Mirae Asset.

Já João Tonello, da Benndorf, diz que a ação testa pontos de mais queda. “Vai vir uma nomeação ruim em breve e afundar mais ainda em dezembro”, prevê.

Para a equipe de análise técnica da XP, as ações preferencias da Petrobras estão em tendência de baixa no curto prazo e abaixo de R$ 23,31 projetaria de R$ 21,92 a R$ 20,53.

“Tem resistências em R$ 24,2 e R$ 26,97”, completa.

“A velocidade com que a mudança ocorreu nos pegou de surpresa”, escreveram Pedro Soares e Thiago Duarte, do BTG Pactual, em nota. “Isso é indiscutivelmente negativo para a Petrobras (e outras estatais brasileiras) e elimina um dos principais mecanismos de defesa da influência política na empresa.”

O que fazer com a Petrobras?

Apesar das incertezas, a Petrobras ainda é compra para a Mirae Asset. Já Tonello recomenda se expor à empresa por meio de opções estruturadas, diminuindo o risco do investidor.

De acordo com o Luiz Fernando, CEO e sócio da Financap, em entrevista ao Money Times, a mudança na lei terá impacto real na companhia. “Ficamos surpresos com a rapidez. Mas todos os pronunciamentos do governo iam nessa linha. A lei foi uma das grandes medidas desde o governo Temer. É frustrante”, diz.

Mesmo assim, o gestor ainda possui Petrobras na carteira, apesar de ter diminuído a posição nos últimos meses em função dos riscos políticos. “Diminuímos muito Petrobras, mas está depreciada. Não é um processo rápido que vai mudar a empresa“, pondera.

Em relatório, o JPMorgan diz que Petrobras irá gerar um caixa de US$ 17 bilhões em 2023, ou rendimento de dividendos de 23%.

Trata-se de uma redução de 54% ante os US$ 37 bilhões desde ano, mas ainda grande comparado com outras companhias.

Mesmo com a cifra, o JP não recomenda compra em Petrobras, com indicação de neutralidade.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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