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Petrobras (PETR4): Sem petróleo nas alturas, para onde vão as ações e os dividendos?

21 jul 2022, 15:17 - atualizado em 21 jul 2022, 19:56
Petrobras
De acordo com os analistas, no curto prazo, a queda impacta a Petrobras, mas nem tanto (Imagem: Bloomberg)

Em meio à turbulência política com a troca de CEO e a queda do preço do petróleo, a Petrobras (PETR4;PETR4) acumula tombo de 20% desde a máxima de 23 de maio.

Na sessão desta quinta-feira (21), o papel ordinário volta a cair, com perdas de 1,82%, a R$ 26,64, puxado pela queda do petróleo.

Por volta das 14h40, os contratos futuros do petróleo Brent para setembro recuavam 1,9%, cotados a US$ 104,89 o barril.

Desde a máxima, quando o barril atingiu US$ 123, a commodity acumula queda de 15%. 

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Até que ponto os papéis e os dividendos da Petrobras aguentam esse tombo?

Segundo analistas ouvidos pelo Money Times, apesar do impacto, a Petrobras continua sendo uma empresa sólida, bem administrada e com potencial para bons dividendos.

Romero Oliveira, especialista da Valor Investimentos, ressalta que a queda do preço possui um lado positivo: reduz a percepção do investidor sobre a política de preços da companhia.

Na última segunda-feira (18), a estatal anunciou o reajuste do preço da gasolina nas suas refinarias, de R$ 4,06 para R$ 3,86, uma redução de 4,93% ou R$ 0,20 por litro.

“Normalmente, os analistas avaliam com bons olhos a alta do petróleo, mas, para a Petrobras, é sempre um dilema”, completa.

O impacto do petróleo para a Petrobras

De acordo com os analistas, no curto prazo, a queda impacta a Petrobras, mas nem tanto.

“Apesar do petróleo, o dólar subiu, então você teve um contrabalanço. Mas é difícil prever, temos uma eleição pela frente”, diz o especialista da Valor.

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, vê o recente tombo como “um exagero”.

“Principalmente nos Estados Unidos, com uma desaceleração não tão grande. Na outra ponta da balança, temos a reabertura na China, que deve sustentar níveis mais fortes, além de todos os estímulos por parte do governo. O conflito na Ucrânia também ajuda a deixar os preços do petróleo mais elevados. Qualquer represália da Rússia impacta nesse mercado”, diz.

No começo do mês, o JPMorgan soltou relatório afirmando que o petróleo poderia chegar a US$ 380 em caso extremo de represália por parte da Rússia.

Ainda segundo Cruz, uma queda mais acentuada do petróleo traria impacto para a Petrobras, mas a empresa continua mostrando resultados fortes nos últimos anos.

Para onde vai o preço do petróleo?

Na avaliação de Matheus Spiess, da Empiricus, a demanda por petróleo continuará estrutural por bons anos. Porém, nesse período, correções na atividade vão acontecer, “como seria natural em um processo de recessão que devemos ver em um aperto monetário das economias”.

“Devemos ter uma queda de demanda do petróleo, mas ficará acima do que foi nos últimos 10 anos, por exemplo”, completa. Ele lembra ainda que a outra ponta da balança, a oferta, será bastante apertada.

“Os investimentos não responderam à alta dos preços. A capacidade de produção não deve expandir de maneira muito grande”, acrescenta.

Em relatório do BTG Pactual, os analistas Pedro Soares, Thiago Duarte e Daniel Guardiola dizem que economistas
globais ainda estão fortemente divididos sobre quão rápido e profundo as economias dos EUA e da UE podem ser atingidas nos próximos meses.

“Notamos que a demanda por petróleo caiu apenas em quatro ocasiões desde a década de 1960, um forte testemunho de sua inelasticidade. Assim, a menos que o mercado comece a prever uma retração mais forte no crescimento econômico, continuamos confortáveis com nossa previsão de que a demanda por petróleo continuará crescendo”, completa.

Petrobras
Mesmo com todas as dificuldades, a Petrobras continua atrativa (Imagem: Bloomberg)

Dividendos e Petrobras

O grande chamariz da Petrobras continuam sendo os gordos dividendos, com rendimentos que podem chegar a 30%.

Para os analistas, ainda que haja alguns impactos, a empresa continuará uma grande pagadora, pelo menos até o fim do ano.

“Eu não vou falar que uma queda do preço do petróleo não afetará os dividendos da Petrobras, mas, nos últimos anos, a companhia passou por uma grande reestruturação que a tornou mais eficiente e uma grande geradora de caixa mesmo em patamares mais baixos de petróleo”, diz Spiess, da Empiricus.

Ainda na visão dele, a Petrobras “aguenta desaforo e aguenta ver quedas de petróleo sem que isso afete de maneira muito enfática os dividendos”.

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É hora de investir na Petrobras?

Mesmo com todas as dificuldades, a Petrobras continua atrativa. Cruz, da RB, diz que a companhia divulgará resultados fortes ao longo do ano.

“Por mais que o petróleo tenha descido, ele caiu para o nível pré-guerra, que já era interessante por conta da lucratividade. A guerra foi algo atípico. Não era o que estava no preço dos analistas. Teve variação, mas longe de ter deixado de ser interessante”, argumenta.

Já Spiess afirma que, apesar de gostar da ação da Petrobras, ela não deve ser a principal exposição de uma carteira de ações, muito menos de um portfólio de commodities.

“Ou seja, deve estar presente, mas com tamanho reduzido”, ressalta.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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