Market Makers

Petrobras (PETR4), uma pechincha? Ação continua barata após diparar 80% e tem muito potencial, defendem especialistas

27 out 2023, 19:02 - atualizado em 27 out 2023, 19:02

O mercado teve um susto inicial com a Petrobras (PETR4) no começo da semana, após o conselho de administração aprovar a proposta de mudanças no estatuto social, que incluem, entre outros pontos:

  • criar uma reserva de remuneração do capital;
  • explicitar a vedação de cobertura do seguro D&O para administradores da companhia nos casos de atos eivados de dolo ou culpa grave; e
  • extinguir vedações para a indicação de administradores previstas na Lei nº 13.303/2016 consideradas inconstitucionais por meio de Tutela Provisória Incidental na Ação Direta de Inconstitucionalidade 7.331-DF.

Os papéis da empresa estatal tombaram mais de 6% na segunda-feira (23), com os investidores avaliando potenciais riscos para os gordos dividendos da companhia.

Embora as mudanças aumentem o risco da tese pela incerteza, André Lion, gestor de ações da Ibiuna, defende que é possível encontrar atualmente na Petrobras uma boa oportunidade de investimento.

No episódio mais recente do Market Makers, apresentado por Thiago Salomão e Renato Santiago, Lion explica que a proposta de criação de reserva de remuneração de capital chega como uma alternativa para evitar o risco de a administração da Petrobras receber uma ordem do controlador (União) de não declarar 100% do lucro em dividendos pela frente, um cenário levantado como provável, uma vez que as reservas da companhia estão próximas do máximo permitido em relação ao patrimônio.

Lion diz ainda que a possibilidade de não pagar 100% com a criação de uma reserva de remuneração de capital não significa que a Petrobras não distribuirá proventos aos acionistas.

Em relação à linha que extingue algumas restrições à nomeação de executivos conforme descrito na Lei das Estatais, o movimento não é positivo, mas também não é nenhuma “transformação cataclísmica”.

“Existe o risco de eles simplesmente pagarem a política mínima de dividendos? Existe. É razoável esperar isso? Acho que não. É provável que ela [Petrobras] pague 60-80% do lucro total? Sim. Mas é aquela coisa: […] a incerteza abriu um pouco, a correção de preço é razoável”, diz o gestor.

Também ao Market Makers, Aline Cardoso, head de research do Santander, destaca que, pelos cálculos da casa, a Petrobras consegue pagar R$ 100 bilhões em dividendos, o que daria cerca de 20% de dividend yield, e ainda manter uma alavancagem “super controlada” de 0,5 vez dívida líquida/Ebitda.

Na opinião da especialista, os dividendos volumosos da Petrobras estão se tornando cada vez mais indispensáveis no debate da questão fiscal brasileira, em meio às dificuldades do governo em fechar a conta da meta de déficit zero para 2024.

Máquina de fazer dividendos barata

Cardoso levanta que, mesmo após o salto de 80% em 2023, a Petrobras está negociando mais ou menos a 4,5-5 vezes preço/lucro, patamar ainda “muito abaixo” dos pares nos mercados emergentes.

“Está barata ainda, tem bastante upside (potencial de alta).”

Para Lion, da Ibiuna, o mercado não pode esquecer a dinâmica positiva da tese da Petrobras, com bons resultados e uma forte geração de caixa.

A petroleira divulgou ontem à noite, inclusive, o relatório de produção e vendas do terceiro trimestre. A companhia atingiu uma produção de 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia totais de óleo e gás, alta de 8,8% ante o mesmo período do ano passado.

Segundo Lion, conforme as incertezas envolvendo a Petrobras vão sendo sanadas, a ação voltará a “performar”.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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