Política

PF indicia líder do governo Bolsonaro por ações quando foi ministro de Dilma

08 jun 2021, 18:13 - atualizado em 08 jun 2021, 18:13
Fernando Bezerra Coelho
As apurações tiveram como base delações premiadas e outros elementos de prova colhidos, conforme o relatório de 300 páginas (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o indiciamento do líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), por uma série de crimes, entre eles de receber propina de 10 milhões de reais, na época em que foi ministro da Integração Nacional durante a gestão Dilma Rousseff entre os anos de 2012 e 2014.

O senador foi indiciado pelos crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e caixa 2 de campanha.

No documento encaminhado à corte, a PF também pede que o Supremo determine um bloqueio de 20 milhões de reais das contas de Bezerra Coelho.

No relatório final das investigações, a delegada Andrea Pinho Albuquerque da Cunha cita que vantagens indevidas foram pagas ao então ministro, na época responsável por obras de grande relevo em Pernambuco como a transposição do Rio São Francisco, por empresas interessadas nos contratos.

As apurações tiveram como base delações premiadas e outros elementos de prova colhidos, conforme o relatório de 300 páginas.

A partir dessas conclusões da PF, caberá à Procuradoria-Geral da República decidir se oferece denúncia contra Bezerra e outros envolvidos nas investigações.

Em nota, a defesa do senador disse que o relatório final “não passa de opinião isolada de seu subscritor, que, inclusive, se arvora em atribuições que sequer lhe pertencem, sem qualquer força jurídica vinculante”.

“Essa investigação, nascida das palavras falsas de um criminoso confesso, é mais uma tentativa de criminalização da política, como tantas outras hoje escancaradas e devidamente arquivadas”, afirmaram os advogados André Callegari e Ariel Weber, representantes do senador.

O senador se tornou líder do governo de Bolsonaro em fevereiro de 2019, logo no início da gestão, e é um dos integrantes da tropa de choque governista na CPI da Covid, da qual é titular.

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