AgroTimes

Juro do Plano Safra não foi “engana bobo” ao encurtar o mix com crédito a taxa livre, diz economista

30 jun 2022, 14:41 - atualizado em 30 jun 2022, 15:12
Agronegócio Colheita Lavoura Agricultura Máquinas Agrícolas Terras
Juros mais baixos do PS forçaria o produtor buscar mais dinheiro nos bancos (Imagem: Unsplash/Charles G)

O produtor rural da linha do médio para cima sabe de cor e salteado que não basta um Plano Safra (PS) para ter acesso ao total de recursos necessitados a juros subvencionados. É melhor que se contente em pagar 12% de taxas no novo programa lançado a ter de fazer um mix muito maior a juros livres.

Além de histórico é coerente com o momento econômico, segundo se pode traduzir de Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).

Aos bancos cabem a decisão de aceitar ou não o tamanho do risco proposto pelo produtor. E, nos últimos planos, não só o crédito subsidiado acabou rápido, como agora o governo aumentou muito mais o dinheiro privado sem subsídio, daí a coerência.

Então, lembra o especialista, “se o produtor fosse pedir R$ 100, talvez levasse só a metade a juros de um dígito”. O restante, 50%, o agricultor precisaria se socorrer com custo médio balizado pela Selic, hoje em 13,25%.

Seria o caso, portanto, do “engana bobo” se o governo anunciasse juros abaixo de 10% para essa categoria mais robusta de agricultores, comenta Da Luz.

Agora, pedindo R$ 100, e pagando 12%, pode conseguir uns R$ 80, e terá apenas R$ 20 para buscar no mercado.

Encurta a despesa mais cara que o produtor teria com custeio, comercialização ou investimento, diante dos bancos ávidos por terem maior freguesia a recursos próprios livres (RPL) que subiu 69%, a R$ 145,18 bilhões, acentua o economista da Farsul.

Dos R$ 340,8 bilhões do PS 22/23, mais 36% sobre o anterior, R$ 98,4 bilhões estarão à disposição a taxa de 12%. Com juros de um dígito, apenas as linhas do Pronaf (agricultura familiar), de 5% a 6%, e do Pronamp (médio produtor), em 8%.

O total de recursos controlados é de R$ 195,7 bilhões (mais 18%), com ou sem equalização pelo Tesouro Nacional teve incremento de apenas 18%.

 

Siga o Money Times no Facebook!

Curta nossa página no Facebook e conecte-se com jornalistas e leitores do Money Times. Nosso time traz as discussões mais importantes do dia e você participa das conversas sobre as notícias e análises de tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Siga agora a página do Money Times no Facebook!

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual — toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar