Mercados

Por que as ações da Amazon (AMZN) caem, apesar de resultados acima da expectativa?

28 abr 2023, 12:30 - atualizado em 28 abr 2023, 12:30
Amazon Big Tech
A Amazon superou as expectativas de lucro e receita do mercado, mas sinal sobre AWS desagradou (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

A Amazon (AMZN;AMZO34) divulgou ontem os resultados referentes ao primeiro trimestre de 2023. Olhando para os grandes números, a empresa superou a expectativa dos mercados, o que conferiu uma alta inicial de 11% do papel no after market de Nova York.

A gigante americana somou vendas de US$ 127,4 bilhões, um crescimento de 9,4% na comparação anual. Houve um crescimento consistente no marketplace da companhia, com crescimento de 20% vis-à-vis o 1T22, e também das lojas físicas, com avanço de 7% na base anual. 

Entre os principais mercados da empresa, houve um crescimento de 11% das vendas nos EUA, totalizando US$ 76,9 bilhões; no mercado internacional, as vendas permaneceram praticamente estáveis, totalizando US$ 29,1 bilhões.

Mas o humor dos mercados mudou durante a teleconferência da big tech, quando os executivos enfatizaram um cenário incerto, sobretudo para a Amazon Web Service (AWS). O serviço de nuvem é a linha mais lucrativa da companhia.

Em reação ao recado dos executivos, o papel da Amazon listado na Bolsa de Nova York opera com perdas de 4,33% por volta das 12h10.

Conforme destaca o analista da Empiricus Richard Camargo, este foi o primeiro trimestre em que a divisão apresentou uma queda de receitas na comparação trimestral. 

As nuvens que se formam sobre o AWS

Durante a exibição dos resultados, os executivos liderados pelo CEO Andy Jassy comunicaram aos investidores que a AWS está rodando num ritmo de crescimento em torno de 5 pontos percentuais (p.p.) abaixo do esperado.

“Isso implica que  o número deve convergir para um crescimento ainda mais baixo, em torno de 10% a 12% nos próximos meses”, salienta Camargo. 

No primeiro trimestre, a margem operacional da AWS foi de 24%, estável em relação ao último trimestre.

Camargo explica que, a despeito da AWS ter conseguido fechar contratos com novos clientes, a pressão principal sobre o resultado da divisão recai sobre aqueles que procuram a Amazon para otimizar fluxos de trabalho e reduzir custos. Este não é um movimento que produz crescimento para a divisão. 

Ainda de acordo com o analista Empiricus, a flexibilidade em poder escalar e contrair uma operação é o principal trunfo de valor que a infraestrutura em nuvem pode oferecer para os clientes.

Porém, ao mesmo tempo que funcionam como vetor de aceleração de crescimento em momentos bons, elas acabam sendo obrigadas a absorver choques em momentos ruins.

O que esperar da empresa no próximo trimestre?

Para o segundo trimestre do ano, a Amazon almeja alcançar vendas entre US$ 127 bilhões e US$ 133 bilhões, o que representa um crescimento entre 5% e 10%, em linha com o esperado pelo mercado.

“Sem maiores detalhes, a empresa diz que o capex (capital de investimento) de 2023 será menor que os de 2022, o que agradou os mercados.

No geral, a Amazon trouxe uma mensagem cautelosa, mas reafirmou as fortalezas do seu modelo de negócios. Nesse sentido, Richard destaca ganho de market share do e-commerce e resiliência da AWS. 

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.