Comprar ou vender?

Por que não investir em Nubank (NUBR33), segundo essa casa de análise

08 mar 2023, 16:48 - atualizado em 08 mar 2023, 16:48
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Embora esteja em uma trajetória de recuperação, o Nubank ainda continua um papel caro (Imagem: Divulgação/ Nubank)

O Nubank (NU; NUBR33) voltou a agradar os investidores devido à divulgação dos números corporativos consolidados do ano passado. Decisões tomadas ao longo do ano passado se mostraram acertadas, entre as quais, o lançamento das “caixinhas” do Nubank, uma maior seletividade para as linhas de crédito e a racionalização dos custos e despesas.

As alteração no prumo da empresa pelo roxinho acarretaram a diluição das despesas operacionais e cimentaram o caminho para que o Nubank entregasse um lucro líquido ajustado de R$ 591 milhões no último trimestre de 2022.

Além disso, a companhia surpreendeu os mercados ao informar que não pretende aumentar o capital em um futuro próximo e considera que os recursos do IPO bastam para suportar a expansão de crédito que está em curso nos países em que atua (Brasil, México e Colômbia) e também para se adequar às novas exigências de capital do Banco Central, que entram em vigor a partir de julho.

Embora o Nubank possa ter feito às pazes com um futuro de rentabilidade, a Empiricus Research acredita que a preço do ativo no mercado está “esticado” para o que ela pode oferecer em retornos aos investidores.

Nubank: ‘Nem toda boa empresa é um bom investimento’

A casa de análise fez uma revisão na projeção do papel levando em consideração dois conjuntos de fatores: crescimento da carteira de crédito com melhor controle de gastos e aumento do custo do acionista, por conta da taxa Selic.

Quem explica essas variáveis é Larissa Quaresma, da Empiricus Research. Sob a frente do crédito, a analista estima um novo crescimento médio anual para a carteira, avaliado em 47%, até 2027. Com isso, o Nu pode alcançar, até 2023, uma participação do mercado de crédito de 10%, próxima daquela que hoje possui o Itaú (ITUB4).

Larissa também cita que a rentabilidade será produzida a partir da diluição de despesas operacionais e da inadimplência em linhas de crédito, ambas beneficiárias de uma agenda mais apertada de um controle de gastos.

No entanto, contrapõe esses números, ao aumento do custo de capital do acionista (Ke) para 15,5% anualmente, ante os 14,5% anteriormente, de modo a refletir a curva de juros nacional que se estressará, segundo expectativas do mercado, por mais tempo do que se previa inicialmente. 

Postas as cartas na mesa, a analista da Empiricus defende “um preço justo de R$ 2,70, 35% acima do nosso preço justo anterior (R$ 2,00)”. Ainda assim, ela complementa, “esse novo alvo está 35% abaixo do fechamento de ontem (R$ 4,15).”

Isso significa que, sob a ótica dos múltiplos, o Nu está negociando a um prêmio bem relevante sobre os seus pares: 155x o projetado para 2023, ou 5x o seu valor patrimonial. Tal relação Preço/Lucro (P/E), de acordo com os cálculos da Empiricus, é 10 vezes maior do que o Banco Inter (INBR32) e quase 26 vezes maior do que o Banco Pan (BPAN4)

Diante desses números, a recomendação da casa é de venda do papel do BDR NUBR33.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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