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Por que o desenrolar do maior roubo de Bitcoin da história pode fazer o ativo despencar?

27 abr 2023, 17:44 - atualizado em 27 abr 2023, 17:44
Bitcoin roubo despencar Mt. Gox
Reversão do Bitcoin se deve a medo do despejo de 138 mil bitcoins, ou US$ 4,1 bilhões (Imagem: Pixabay/IgorShubin)

O Bitcoin (BTC) estava engatando um ciclo de alta nesta quinta-feira (27), quando de repente reverteu para queda. O motivo, entre alguns, foi apontado por alguns analistas e especialistas do mercado de criptomoedas como sendo o medo do despejo de 138 mil bitcoins, ou US$ 4,1 bilhões.

A notícia se tratava da liberação da quantia de bitcoins da corretora de origem japonesa Mt. Gox, que foi à falência em 2014 e está em processo de restituir seus clientes.

A notícia foi desmentida, mas não perdeu a possibilidade de em breve acontecer. A corretora Mt. Gox faliu em 2014, quando ela foi forçada a fechar após um hack que causou um prejuízo de 850 mil bitcoins, ou cerca de US$ 25 bilhões, aos clientes.

Antes disso, em 2011, a corretora cripto já havia passado por poucas e boas, como hackers menores, transferências erradas e até mudanças de presidentes da empresa. Por isso, apesar da catástrofe da FTX em novembro de 2022, o fim da Mt. Gox continua levando o título de maior roubo de criptomoedas da história.

É exatamente esse desenrolar que pode fazer com que os clientes que recebem seus bitcoins de volta, comprados há cerca de nove anos, despejarem cerca de US$ 4,1 bilhões no mercado, que atualmente está pouco líquido.

Ontem, o perfil do Twitter com caráter noticioso e de bastante influência, publicou que uma carteira virtual da corretora falida estaria fazendo movimentações com o governo dos Estados Unidos. “Mt. Gox e carteiras do governo dos EUA fazendo transações”, escreveu.

A notícia reverberou com 2,8 milhões de visualizações em poucas horas. O medo e incerteza (FUD) pode ter sido uma das razões pela interrupção inesperada na tendência de alta.

Logo depois, o perfil no Twitter voltou a acalmar os seguidores e disse que “uma correção de bug implantada fez com que alertas fossem enviadas erroneamente para um pequeno subconjunto de usuários”. Ou seja, nenhum endereço efetivamente chegou a realizar movimentações na corretora Mt Gox. Mas esse cenário pode mudar.

Mt. Gox: Um imbróglio de bilhões

O processo de reembolso para os clientes está em processo judicial e em fase de registro dos clientes lesados. No começo de abril, o administrador da empresa divulgou uma nova declaração sobre o que deve acontecer a seguir depois que a fase de registro de pedidos de ressarcimento foi encerrada.

Em 7 de abril, o administrador de reabilitação da Mt. Gox, Nobuaki Kobayashi, emitiu um comunicado dizendo que o prazo para os credores fornecerem suas informações de reembolso, os dados do beneficiário e o tipo de pagamento escolhido havia expirado.

Conforme a declaração, “o reembolso básico, o reembolso intermediário e os pagamentos antecipados de montante fixo” serão realizados até 31 de outubro de 2023. No entanto, este prazo final “pode ​​ser estendido com a permissão do Tribunal Distrital de Tóquio.”

A nota também dizia que o administrador vai encaminhar os “preparativos necessários” para fazer os reembolsos e, por esse motivo, “espera-se que demore algum tempo até que o reembolso seja iniciado”, segundo a nota.

O Bitcoin pode “morrer” com os Bitcoins da Mt. Gox?

Para Jéssica Lima, especialista do mercado e atuante em negociações de bitcoin entre pessoas físicas (P2P), o Bitcoin não deve “morrer” com o caso da Mt. Gox, mas será um desastre no curto prazo e algo que o Bitcoin vai superar no longo prazo.

Segundo Lima, a notícia que não era verdadeira causou um pânico tremendo. Em sua opinião, somada com o despejo das baleias, ou grandes investidores, o bitcoin devolveu todos os ganhos do dia.

“Depois disso, foi constatado que não passava de uma ‘fake news’ e o mercado se recuperou. Na minha visão, quando os bitcoins da Mt. Gox forem de fato movimentados e comprovados pela rede [blockchain], o FUD será ainda maior, e no curto prazo poderá despencar mais”, coloca.

Ela comenta que a catástrofe seria devido ao medo de que o volume liberado no mercado, no preço que os bitcoins da Mt. Gox valem, cerca de US$ 4,1 bilhões, e o mercado não ter liquidez suficiente para aguentar tamanha venda.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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